Se o nosso ciclone bomba de julho teve pressão de 970 hPa, imagine o ciclone bomba que está agora no Pacífico Norte com pressão de 921 hPa, apesar de análises de modelos indicarem até 919 hPa. É um megaciclone extratropical na região e que já quebra recordes neste começo de 2021.
2021 is starting off with a BIG storm! #GOESEast water vapor conveys the immensity of the multi-hazard system. Updates at https://t.co/UG2tlgE7Oj pic.twitter.com/3UdUcHuPq3
— UW-Madison CIMSS (@UWCIMSS) January 1, 2021
A tempestade no Norte do Pacífico pode ser considerada o ciclone não tropical mais forte observado naquela região oceânica até hoje, segundo especialistas ouvidos pelo Washington Post.
A pressão da tempestade já caiu para 921 milibares nesta véspera de Ano Novo, o que é ainda menor do que os ciclones extremos que se formaram nas mesmas vizinhanças em 2014 e 2015.
Este ciclone bomba se qualifica como a tempestade mais forte já registrada a atingir o Alasca, de acordo com a Universidade do Alasca em Fairbanks.
O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos confirmou um novo recorde de baixa pressão em terra (não no mar) no Alasca. A pressão na localidade de Shemya caiu para 924,8 hPa às 2159Z da quinta (31/12). O recorde anterior aceito era da medição de um navio em Dutch Harbor em 1977.
A new Alaska land-based low pressure record has been set! Shemya, AK dropped to 924.8mb at 2159Z (1259 AKST) today. The previous accepted record was from a ship in Dutch Harbor at 925mb in 1977. Pressure is now slowly rising at Shemya. #akwx #hurricaneforce pic.twitter.com/1yiYOPvsTr
— NWS Anchorage (@NWSAnchorage) December 31, 2020
Na quarta-feira, uma tempestade monstruosa nasceu no Oeste do Pacífico e causou temperaturas baixas recordes no Japão. A interação da massa de ar gelado do Ártico e uma poderosa corrente de jato do Pacífico permitiu o início de uma rápida intensificação de um centro de baixa pressão de forma explosiva, uma bomba meteorológica.
À medida que o ar siberiano que fluía pelo Oeste do Pacífico interagiu com um fluxo subtropical mais quente ao Sul do Japão, isso criou as condições necessárias para levar a atmosfera ao limite na quinta-feira.
As estatísticas de tempestade são de cair o queixo: os ventos máximos se aproximarão de 200 km / h no lado Sul da baixa na quinta-feira e as alturas máximas das ondas no oceano estão previstas para chegar a 30 metros. Uma boia no oceano já registrou ondas de até 17,7 metros (58 pés).
The latest observation from buoy 46071 on the Pacific side of Amchitka Island, Alaska says the wave height is 58.1 ft!#AKwx #RecordBreakingStorm pic.twitter.com/ZTDniZdLaT
— NWS Anchorage (@NWSAnchorage) January 1, 2021
O swell se propagará pelo Pacífico e há a possibilidade de que partes do Oeste da Ilha de Vancouver possam ver ondas de 6 a 8 metros.
A pressão registrada hoje de 921 hPa derruba o recorde de pressão mais baixa já registrada na região do Mar de Bering de 924 hPa.
Here is the latest surface analysis showing a strong storm with winds to #hurricaneforce moving toward the Bering Sea. The central pressure is 921 MB making it one of the strongest storms to ever impact the North Pacific. Winds are expected to reach 95 kts near the low center! pic.twitter.com/9lM2U6KGPq
— NWS OPC (@NWSOPC) December 31, 2020
Satellite image loop of the potential record setting storm in the Bering Sea. Courtesy of the Himawari 8. #akwx #satellite pic.twitter.com/ZU2UmCYSJM
— NWS Fairbanks (@NWSFairbanks) December 31, 2020
Para se ter ideia, apenas dois furacões no Atlântico em 2020 tiveram leituras de pressão mais baixas, o furacão Eta e o Iota, embora esta comparação seja inadequada porque as dinâmicas de formação são distintas.
Os furacões extraem sua energia das altas temperaturas da superfície do mar, enquanto os gradientes extremos de temperatura alimentam as tempestades que se movem no Norte do Pacífico.
Toda essa energia que atravessa o Oceano Pacífico criará algum caos climático em todo o Canadá. B.C. as estações de esqui medirão a queda de neve, não em centímetros, mas em metros nos próximos dias e semanas. A forte corrente de jato que cria condições intensas de tempestade para o Oeste canadense manterá o resto do país livre de qualquer ar ártico intenso até meados de janeiro com previsão de temperatura muitíssimo acima da média no Leste do país, nas regiões de Quebec, Montreal e Toronto.