Anúncios

Ciclone neste domingo na costa da Argentina impulsiona ar frio para o Rio Grande do Sul e favorece ressaca no Litoral Sul gaúcho | NOAA

Uma massa de ar frio de forte intensidade começa a gradualmente a ingressar no Rio Grande do Sul, impulsionada por um ciclone na costa da Argentina, enquanto uma área de baixa pressão na costa gaúcha traz chuva ainda Porto Alegre e outras áreas do Nordeste gaúcho até a noite deste domingo.

O ciclone na costa da Argentina é de natureza extratropical, a forma típica que se apresenta no Atlântico Sul e que ocorre a todo momento. Este sistema alavanca o ar frio para o Norte e que já trouxe queda de temperatura no Rio Grande do Sul. Vento moderado acompanha o ingresso do ar frio com rajadas que ficaram perto de 50 km/h neste domingo em pontos do Sul gaúcho.

O swell deste ciclone no litoral da Argentina combinado com o de um outro ciclone que atuou na costa no final da semana passada foi responsável por deixar o mar agitado e com ressaca neste domingo no Litoral Sul gaúcho. Na praia do Cassino, o mar avançou até os cômoros e cobriu a faixa de areia.

Forte ressaca do mar na praia do Cassino, em Rio Grande, Litoral Sul gaúcho, neste domingo | MARISA SIAS

Este ciclone (centro de baixa pressão) no litoral argentino não oferece risco e se afasta para Nordeste, mas o segundo centro de baixa pressão que está na costa gaúcha e gera a instabilidade em parte do território gaúcho é que concentra todas as atenções. É esta segunda área de baixa pressão que vai formar o ciclone intenso que se alerta alcançará a costa do Rio Grande do Sul na terça.

Ciclone agora na costa argentina (C) vai se mover para Nordeste e estará na costa uruguaia na terça (Z) | FSU

Este segundo centro de baixa pressão avançará para Leste ao longo desta segunda-feira e após dará uma volta a voltará na terça rumo ao continente como ciclone que ganhará características subtropicais, recebendo o nome de tempestade subtropical Yakecan ou “o som do céu” na língua tupi-garani.

Baixa pressão que traz chuva em Porto Alegre neste domingo e está na costa gaúcha neste domingo (A) vai se afastar e retornar ao continente (Z) na terça e quarta-feira como um poderoso ciclone de natureza subtropical (Z)

Ao interagir com o ar frio, o ciclone pode trazer chuva congelada e neve misturada à chuva amanhã e quarta nos Aparados, Planalto Sul e Norte de Santa Catarina, e no Sul do Paraná. Os dois dias serão muito frios com chuva, vento e baixa sensação em várias cidades.

Embora o frio seja relevante do ponto de vista meteorológico, o grande fato no tempo pelos riscos que oferece será o ciclone que atuará entre terça e quarta. Será o ciclone Yakecan que chega na terça ao Sul gaúcho como uma tempestade substropical e ainda atua na quarta com vento forte a intenso no Nordeste gaúcho e no Sul e no Leste catarinense.

O pior período com rajadas fortes a intensas no Sul e no Leste gaúcho será entre a tarde e noite de terça e a manhã de quarta com vento mais intenso no Sul do Rio Grande do Sul terça e no Litoral Norte na quarta. Modelos numéricos indicam o centro do ciclone com 985 hPa junto à costa do Estado, valor de pressão atmosférica na orla excepcionalmente incomum e raro.

O Sul e o Leste do Rio Grande do Sul serão as regiões mais castigadas com vento, em média, de 80 km/h a 100 km/h, mas rajadas em alguns pontos que podem atingir de 100 km/h a 120 km/h, em especial no Litoral Sul e na área da Lagoa dos Patos e seu entorno. O Litoral Norte gaúcho também deve sofrer com vento forte a intenso. Porto Alegre deve ter 70 km/h a 90 km/h, mas em alguns pontos, sobretudo mais ao Sul da cidade, o vento será mais intenso.

Há alta probabilidade de danos e de alto impacto no serviço de energia com a esmagadora maioria dos pontos sem luz na área de concessão da CEEE Equatorial, onde, considerado a projeção de vento, elevado número de clientes deve ficar sem luz. Haverá queda de árvores, destelhamentos e colapsos de estruturas e se antecipa uma grande ressaca na costa com elevação da maré e ondas de até 5 metros ou mais nas praias.