Maior episódio de chuva em meses foi o que se teve na capital gaúcha e outras cidades do Rio Grande do Sul no final desta semana. Porto Alegre teve entre ontem e hoje o maior acumulado de chuva em quase meio ano.
O volume registrado em 24 horas até 9h deste sábado na estação convencional de Instituto Nacional de Meteorologia, no bairro Jardim Botânico, na zona Leste da Capital, foi de 49,3 mm. A última vez em que havia chovido tanto em 24 horas na estação do Inmet da capital gaúcha foi entre os dias 13 e 14 de dezembro com 68,4 mm.
O acumulado de chuva em Porto Alegre nas 24 horas até 9h deste sábado é o maior do ano até agora e representa quase o dobro da precipitação registrada na cidade do mês de abril inteiro.
Com efeito, o total de precipitação do último mês na capital gaúcha foi de 26,2 mm. Foi o terceiro mês consecutivo de chuva abaixo da média histórica em 2021 e o 5º abril mais seco desde 1961. E foi quase um mês inteiro sem chuva em Porto Alegre, já que quase toda a precipitação de abril ocorreu apenas entre os dias 25 e 26 do último mês.
Grande Porto Alegre
A chuva registrada foi volumosa entre ontem e o começo do dia hoje também na região metropolitana de Porto Alegre. Os volumes, considerando diferentes redes de estações, foram de até 68 mm em São Leopoldo e em Campo Bom, 66 em Novo Hamburgo, 63 mm em Sapucaia do Sul, 61 mm em Gravataí, 59 mm em Canoas, 56 mm em Eldorado do Sul, 55 mm em Alvorada e 51 mm em Viamão.
Na estação de Lomba Grande, em Novo Hamburgo, o acumulado em 24 horas de 56,7 mm elevou a precipitação total do mês de maio no local para 111 mm. Quase cinco vezes o que choveu na Lomba Grande em abril, quando a precipitação mensal foi de 23,6 mm.
Em Campo Bom, a estação do Instituto Nacional de Meteorologia registrou em 24 horas até 9h deste sábado 63,7 mm, elevando a precipitação de maio para 119,9 mm ou 98,4% da média histórica mensal que é de 121,8 mm. Assim como em Porto Alegre, o maior episódio de chuva em meses. Foi a maior altura diária de chuva no local desde 8 de julho do ano passado, no intenso ciclone que se seguiu uma semana depois do ciclone bomba, quando choveu 86,8 mm na estação do Inmet de Campo Bom.
Por que choveu tanto?
Um centro de baixa pressão foi o responsável pela chuva na Grande Porto Alegre entre a sexta-feira e hoje. Este sistema gerou uma corrente de jato em baixos níveis que trazia ar mais quente para o Rio Grande do Sul. A interação da baixa pressão com a atmosfera mais aquecida gerou nuvens carregadas que foram responsáveis por trazer chuva forte não apenas na região metropolitana de Porto Alegre como em outras regiões do Rio Grande do Sul.
Nesse sentido, as estações do Instituto Nacional de Meteorologia registraram 108 mm em Uruguaiana, 106 mm em Santiago, 98 mm em Tupanciretã, 85 mm em Santo Augusto, 83 mm em Soledade, 82 mm em Rio Pardo, 70 mm em Bento Gonçalves, 68 mm em Canela e Ibirubá, 62 mm em Cambará do Sul, 56 mm em Vacaria, 58 mm em Alegrete, Serafina Correa e São Luiz Gonzaga, 53 mm em Santa Maria, e 51 mm em Erechim.
Quando volta a chover?
A chuva de ontem e do começo deste sábado não foi a última do mês. No final de maio, no próximo fim de semana, uma frente fria deve cruzar pelo Rio Grande do Sul e trazer chuva para todas as regiões. Com isso, como era previsto pela MetSul, maior terminará com precipitação acima da média em grande parte do Estado.
A chuva do próximo fim de semana antecederá uma nova massa de ar polar. Dados dos modelos de hoje indicam que esta incursão de ar frio da virada do mês será a mais intensa até agora deste ano e deve trazer um final de maio e um início de junho de muito frio e marcas negativas em grande número de cidades, além de geada generalizada. Previsão mais precisa sobre este evento de frio, entretanto, somente será possível no decorrer da semana que está por começar.