NOAA

O mês de dezembro chegou a sua metade com o fenômeno La Niña em intensificação no Oceano Pacífico, condição antecipada pela MetSul Meteorologia em seus prognósticos. O resfriamento das águas superfícies aumentou em grande parte da faixa equatorial do oceano com a chegada de águas mais frias que avançaram das profundezas.

De acordo com o último boletim semanal sobre o estado do Pacífico da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), a agência climática dos Estados Unidos, a anomalia de temperatura da superfície do mar no mar no Pacífico Central, a denominada região de Niño 3.4, era de -1,1ºC. Esta parte do oceano é a usada para designar oficialmente se há El Niño ou La Niña e o valor de -1,1ºC está dentro do território de intensidade moderada da La Niña que é de -1,0ºC a -1,4ºC.

Já o Pacífico Equatorial Leste, a região Niño 1+2, atingiu o seu resfriamento máximo até agora desde que foi declarado o atual episódio de La Niña na metade de outubro. A anomalia de temperatura da superfície do mar medida foi de -1,4ºC, portanto no limite das intensidades moderada (-1ºC a -1,4ºC) e forte (-1,5ºC a -1,9ºC).

Esta região mais a Leste do Pacífico denominada de Niño 1+2, junto ás costas de Peru e Equador, é muito atentamente monitorada pela MetSul porque historicamente é a que tem a maior correlação com a chuva no Rio Grande do Sul. Quando esta parte do oceano está mais fria do que a média durante o verão, o risco de chuva irregular e abaixo da média aumenta no território gaúcho, independente do que se esteja verificando nas demais regiões do Pacífico Equatorial.

Isso ajuda a explicar o atual cenário de chuva em volumes abaixo da média em grande parte do Rio Grande do Sul e que traz impactos já graves no campo. Agricultores têm dificuldade de plantar soja pelo solo seco e a falta de chuva abundante compromete a produção de milho com perdas irreversíveis em vários municípios e quase totais em alguns.

A tendência, de acordo com todas as projeções dos modelos climáticos, é que o fenômeno La Niña perdure ao longo de todo o verão. A perspectiva é que seu pico de intensidade ocorra agora entre o fim do ano e o começo do mês de janeiro. No decorrer do verão, mesmo enfraquecendo, a La Niña seguiria influenciando o clima de forma significativa. Os dados mais confiáveis apontam que o atual episódio do fenômeno chegaria ao fim no começo do outono, entre os meses de abril e maio.