O fenômeno La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais, atua no Oceano Pacífico equatorial. Há ainda alteração do regime de ventos e chuva na região. O fenômeno teve início em agosto passado e ingressa no seu oitavo mês.
Com efeito, tanto em janeiro como em fevereiro a anomalia de temperatura da superfície do mar na chamada região Niño 3.4, no Pacífico Central, foi de -1,0ºC.
Este valor corresponde, portanto, ao limite da intensidade fraca e moderada. Neste momento, os sinais de temperatura do mar e dos padrões de chuva e vento sinalizam para o enfraquecimento da La Niña.
A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos, NOAA, estima 60% de probabilidade que o Pacífico evolua de Niña para neutralidade no outono.
Mais um verão de La Niña?
É interessante observar, entretanto, a tendência que começa a aparecer em modelos para o final deste ano. Vários estão indicando que após um breve retorno à neutralidade entre o outono e o inverno, o Pacífico voltaria a esfriar na segunda metade do ano. Isso traria de volta condições de La Niña.
É o que indica, por exemplo, o NMME é que reúne vários modelos climáticos de longo prazo dos Estados Unidos e do Canadá.
É crucial ressaltar, contudo, que projeções de longo prazo nesta época do ano para o Pacífico têm uma menor confiabilidade.
Isso a ponto de existir a expressão “barreira de previsibilidade do outono”, uma vez que com frequência o oceano está em transição de fases neste período.
Em junho e julho se espera que o cenário fique mais claro e preciso sobre o que se esperar para o último trimestre de 2021 e o começo de 2022.
Hoje, pelos dados que se apresentam, seria a segunda primavera e o segundo verão seguidos sob La Niña no Oceano Pacífico Equatorial.
Este evento atual teve algumas características um tanto distintas de outros e especialistas advertem que o Pacífico pode pregar surpresas.
Por fim, a possibilidade de um surpreendente El Niño, contudo, neste momento são indicadas como remotas.