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JUST BRUNS/PERPETUAL PLANET EXPEDITION/NATIONAL GEOGRAPHIC SOCIETY

A National Geographic Society anunciou na última semana a instalação de uma estação meteorológica logo abaixo do pico nevado de Ausangate, a 6.349 metros de altitude, sendo a mais alta dos Andes tropicais. É um feito para a expedição Perpetual Planet pela Amazônia da National Geographic e da Rolex 2022, um trabalho que durará dois anos e percorrerá a bacia amazônica desde os Andes até o Oceano Atlântico.

Os altos Andes tropicais, no Sul do Peru, têm importantes reservatórios de água que abastecem a natureza e as comunidades locais desde as regiões glaciais até a bacia amazônica. Em 25 de julho, os exploradores da National Geographic Baker Perry e Tom Matthews –

Eles tiveram o apoio de uma equipe Quechua do Peru e de especialistas bolivianas em escalada, conhecidas como “las Cholitas Escaladoras” – e escalaram o pico nevado de Ausangate, o mais alto do Sul do Peru, para instalar uma estação meteorológica perto de seu cume e investigar os processos meteorológicos que influenciam no clima e no comportamento das geleiras.

“O pico nevado de Ausangate é uma das montanhas mais importantes dos altos Andes e a principal fonte de água doce para os ecossistemas andinos e para os rios abaixo”, diz Perry. “É fundamental que usemos as observações meteorológicas dos picos mais altos do mundo para compreender melhor os impactos das mudanças climáticas para as comunidades locais e globais.


As alterações que acontecem em Ausangate são especialmente importantes para compreender as flutuações e adaptações de toda a bacia Amazônica”. A nova estação meteorológica compila dados como temperatura, precipitação, umidade, radiação e profundidade da neve quase em tempo real. Tudo isso ajudará os governos locais e a comunidade científica internacional a observar os impactos das mudanças climáticas sobre as fontes de água que afetam as comunidades locais.

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A equipe de expedição também fez uma análise in loco da atmosfera e analisou as propriedades da neve para obter dados sobre a água destas acumulações de neve. Como parte da avaliação, a equipe colheu amostras para detectar se há microplásticos nessa remota região, ainda considerada relativamente intocada. Se forem detectados, isso indicaria que existe transporte atmosférico de longa distância, ou seja, que os microplásticos podem ser transportados pelos ventos.

“O pico nevado de Ausangate é a maior fonte de vida da região de Cusco”, disse Santos Huaman, prefeito de Chilca, o município mais próximo do Vale de Ausangate. “Essa nova estação meteorológica nos ajudará a entender quanto de neve derrete, por que derrete e como podemos recuperá-la. Isso é muito importante para nossa comunidade”, completou.

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Ruthmery Pillco, exploradora da National Geographic, se juntou a Perry e Matthews durante parte da expedição para examinar a cabeceira da bacia localizada em Ausangate e para investigar como ela afeta a floresta nublada, onde faz sua própria pesquisa sobre ursos andinos. Também se juntou à equipe o explorador e fotógrafo da National Geographic Tom Peschak, que documentou tudo como parte da reportagem visual da expedição Perpetual Planet pela Amazônia.

“A colaboração entre exploradores para estudar todas as facetas da bacia amazônica é fundamental para aprofundar nossa compreensão do entorno dinâmico dos rios locais”, disse Nicole Alexiev, vice-presidente dos Programas de Ciências e Inovação da National Geographic Society.

“Esforços como os de Baker, Tom e Ruth para estudar o importante ecossistema de Ausangate, somados ao modo único de Tom Peschak de contar histórias com as imagens, estão na vanguarda de nossa parceria com a Rolex. Nosso objetivo final é ilustrar de maneira singular o papel tão importante que esta região desempenha na estabilização da saúde do Planeta, ao mesmo tem em que se pensa em como garantir sua proteção”.

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A estação meteorológica do pico nevado Ausangate complementa a estação meteorológica mais alta instalada no Hemisfério Sul na parte Oeste, no pico do vulcão Tupungato, no Chile. As duas estações fornecem dados fundamentais para estudar as interações entre o clima e a neve na zona de acumulação e caracterizar o clima extremo nas elevações mais altas dos Andes.

O trabalho se baseia em expedições anteriores do Perpetual Planet para instalar estações meteorológicas nos entornos de montanhas de altitude, incluindo as expedições ao Monte Logan, em 2022, e ao Monte Everest, em 2019 e 2022, ambas guiadas por Perry e Matthews.

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