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Luz do sol obscurecida pela fumaça das florestas em chamas perto do vilarejo de Magaras, na república de Sakha, na Sibéria, em 27 de julho. A Rússia era atingida naquele momento por incêndios florestais generalizados, sendo a região de Sakha-Yakutia, na Sibéria, a mais afetada. | DIMITAR DILKOFF/AFP/METSUL METEOROLOGIA

A Rússia enfrentou nesta ano sua pior temporada de incêndios florestais na história moderna do país, de acordo com dados recentes da Agência Florestal Russa analisados ​​pelo Greenpeace. Os incêndios destruíram mais de 18,16 milhões de hectares de floresta russa em 2021, estabelecendo um recorde absoluto desde que o país começou a monitorar incêndios florestais usando satélites em 2001, informou reportagem do The Guardian. O recorde anterior foi estabelecido em 2012, quando os incêndios cobriram 18,11 milhões de hectares de floresta.

A marca recorde foi ultrapassada no final da semana passada, após a longa temporada de incêndios que também produziu níveis sem precedentes de emissões globais de gases estufa, mudou a vida de centenas de milhares de pessoas que vivem na Sibéria e em outras partes da Rússia central. Ano após ano agora a área dos incêndios tem ultrapassado os 15 milhões de hectares, o que para Greenpeace da Rússia se tornou “o novo normal”.

Os incêndios afetaram principalmente comunidades na Sibéria, onde verões secos e quentes transformaram as vastas florestas de taiga muito suscetíveis ao fogo. Em Yakutia, uma região do Norte da Sibéria que foi especialmente atingida, a poluição atmosférica cobriu a capital, Yakutsk, por semanas, e os moradores tiveram que se unir em esforços de última hora para salvar suas casas.

As estatísticas não registram outros tipos de incêndios ocorridos fora das florestas da Rússia. Se contados todos os incêndios no país – grama, junco, tundra – os números seriam ainda maiores. A área total pode chegar a 30 milhões de hectares, disse o Greenpeace, uma área do tamanho da Itália ou da Polônia.


Um casal anda de pedalinho enquanto a fumaça dos incêndios florestais próximos paira sobre a cidade de Yakutsk, na república de Sakha, Sibéria, em 27 de julho de 2021. | DIMITAR DILKOFF/AFP/METSUL METEOROLOGIA

A queima de florestas na Rússia produziu algumas das piores emissões globais dos últimos meses. O Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus da União Europeia revelou que a queima de florestas russas liberou 1,3 gigatonelada de dióxido de carbono em agosto, o valor mais alto desde que a organização iniciou as medições em 2003. As florestas de taiga da Sibéria liberaram 970 megatoneladas de dióxido de carbono na atmosfera entre junho e agosto, mais do que todas as florestas do resto do mundo juntas.

Os incêndios em Yakutia desempenharam um papel importante na temporada recorde à medida que o período de incêndios se prolonga cada vez mais e alcança áreas cada vez mais ao Norte em meio a altas temperaturas e umidade do solo mais baixa do que o normal. De acordo com o Greenpeace Rússia, os incêndios em Yakutia continuam neste final de setembro, incluindo áreas ao Norte do Círculo Polar Ártico, o que foge ao comum desta época do ano.

Incêndios não florestais também estão ocorrendo principalmente nas regiões do Sul da Rússia de Rostov, Volgograd, Astrakhan e Orenburg, disse o Greenpeace. A mudança climática também tornará mais difícil para os trabalhadores de emergência administrar os incêndios regulares de turfa no país, que envolveram Moscou e outras cidades em uma poluição nociva nos últimos anos.

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