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Um incêndio de grandes proporções atinge a Reserva Ecológica do Taim, no extremo Sul do Rio Grande do Sul. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros da cidade de Rio Grande, dois helicópteros de uma empresa de celulose ajudam no combate às chamas que se iniciaram na segunda-feira.

A causa do início do fogo teria sido um raio que atingiu um banhado próximo à BR-471, no município de Santa Vitória do Palmar durante os temporais que acompanharam a frente fria da segunda-feira. Por causa da direção do vento, a rodovia que corta a reserva não foi prejudicada.

A Estação Ecológica do Taim é uma unidade de conservação de proteção integral da natureza localizada entre os municípios de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar. Situado entre o Oceano Atlântico e a Lagoa Mirim, o local abriga pelo menos 30 espécies de mamíferos e 250 aves. O local é administrado pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), uma autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente.

Por meio de nota, o ICM-Bio confirmou a equipe da unidade e voluntários monitoram a propagação do fogo, também com o apoio dos dois helicópteros e caminhões de abastecimento da multinacional de silvicultura, com termo de Cooperação Técnica em andamento junto ao ICMBio. “As equipes aguardam a aproximação do fogo a linhas de combate terrestre”, finaliza a nota.


As imagens de satélite desta quarta mostraram claramente um aumento da dimensão do fogo e da quantidade de fumaça liberada pelo incêndio. A coluna de fumaça se estendia por ao menos duas centenas de quilômetros da reserva em direção ao Atlântico, dispersando-se nas costas do Uruguai e do extremo Sul gaúcho.

CIRA/CSU

As imagens confirmam as estimativas de terra que o fogo já consumiu mil hectares da reserva, número que é o dobro do verificado ontem. Por ser um local de banhados e de difícil acesso, e ainda pelo vento que sopra na região, o combate ao fogo é muito dificultado.

Os dados de satélite mostram ainda que a fumaça é muito densa e que, por isso, consegue percorrer longa distância. É o que se via na imagem das 15h do sensor ABI de profundidade óptica de aerossol (AOD) do satélite GOES-16 da NOAA/NASA. A fumaça se movia na direção E/SE em direção ao Atlântico.

NOAA

O incêndio é de tão grandes proporções na Reserva Ecológica do Taim que o sensor termal para incêndios em vegetação do satélite GOES-16 consegue captar as chamas que consomem a área de banhados no extremo Sul gaúcho.

CIRA/CSU

A MetSul Meteorologia considera o cenário de evolução do incêndio muito preocupante. Hoje, a umidade do ar foi muito baixa na região e desceu à casa de 20% e o vento soprou por vezes forte, o que agravou as chamas.

A tendência é de vento mais forte nesta quinta-feira à medida que vai aumentar o gradiente de temperatura entre o oceano e o continente, o que vai gerar vento mais forte. Espera-se, ademais, uma elevação da temperatura com marcas acima dos 30ºC.

Na sexta-feira, uma frente fria que vai avançar do Uruguai para o Rio Grande do Sul pode trazer chuva, mas que será isolada e com baixos volumes no extremo Sul gaúcho, talvez insuficiente para apagar o incêndio que é de muito grande proporção em Santa Vitória do Palmar.

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