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Água atingiu um metro de altura em muitas áreas de Corrientes | MINISTÉRIO DE SEGURIDAD

A cidade de Corrientes, na província de Corrientes, que faz fronteira com o Oeste do Rio Grande do Sul, atravessa “a pior catástrofe natural da sua história”, depois de uma tempestade em que caíram 300 milímetros de chuva. A água inundou a cidade com destruição de infraestruturas, casas praticamente submersas e desabrigados, o que levou à suspensão das aulas nesta segunda-feira.

“A cidade de Corrientes sofreu a sua pior catástrofe climática e foi inundada porque, segundo registos oficiais, choveu 300 milímetros”, disse o governador de Corrientes, Gustavo Valdés, através da sua conta pessoal na rede social X, após visitar um abrigo para pessoas que tiveram que deixar suas casas pela enchente.

As autoridades municipais de Corrientes anunciaram a retirada de casa das pessoas nas zonas mais afetadas pelas inundações causadas pelas chuvas. Em comunicado, a gestão assegurou que “uma catástrofe natural atingiu a cidade provocando um colapso nos sistemas de drenagem dada a quantidade de água que caiu e os fortes ventos num curtíssimo espaço de tempo”. E sublinharam que se trata do “pior desastre natural desde que existem registos oficiais”.

Nesse sentido, listaram alagamentos e inundações em ruas e residências, destelhamentos, queda de postes, muros, árvores, sinalização, e outros danos que vão exigir obras de reconstrução e assistência durante, disse o Subsecretário de Riscos e Desastres da cidade, José Ruiz.

O temporal intenso na cidade de Corrientes provocou a queda de um mural histórico do convento de São Francisco na Plaza Itália, no centro da cidade, e o destelhamento da Faculdade de Direito da Universidade Nacional de Nordeste (UNNE), na zona norte da cidade.

O governo da província de Corrientes anunciou que as aulas em todos os níveis oficiais nas escolas públicas e privadas foram suspensas nesta segunda-feira, esclarecendo que é uma medida válida tanto na capital da província como nos seus arredores. A Universidade Nacional do Nordeste informou também que foram suspensas as aulas de todos os cursos das faculdades localizadas tanto na cidade de Corrientes quanto em Resistencial, capital do Chaco.

O Ministério da Segurança Nacional, por meio de membros da Prefeitura Naval Argentina e da Gendarmaria Nacional, realizou, em coordenação com a Defesa Civil e a Polícia de Corrientes, diversas ações para atender pessoas em situação de emergência devido às enchentes. Percorreram os bairros afetados verificando as necessidades dos moradores e respondendo aos pedidos de assistência.

A quantidade de chuva na Argentina foi tão extraordinária que a água subiu a metros de altura em partes da cidade de Corrientes. Imagens publicadas em redes sociais mostravam que a altura da água praticamente atingia o telhado das casas em algumas ruas.

O serviço de energia elétrica entrou em colapso em Corrientes com a tempestade e o fornecimento foi suspenso em toda a cidade até o meio-dia, quando várias áreas foram reincorporadas à rede, informou a empresa de energia que atende Corrientes.

A Direção Provincial de Energia de Corrientes (Dpec) explicou que “estão sendo realizadas obras no centro da cidade para drenar as diversas subestações afetadas pela água” e que “além dessas obras necessárias para restabelecer o serviço, é necessário melhorar as condições climáticas para uma normalização segura”.

Na sequência do temporal e com a cidade em colapso pelas inundações, as autoridades ainda se viram diante de ocorrências de segurança. Houve o saque de uma farmácia e uma joalheria, afetada por enchentes em que a água atingiu um metro de altura, foi alvo de assaltantes.

O Serviço Meteorológico Nacional (SMN) informou que a chuva na cidade de Corrientes somou 208 mm em apenas cinco horas durante a madrugada do domingo. A média histórica de precipitação mensal de março na cidade do Nordeste da Argentina é de 155 mm.

Imagem de satélite da madrugada do domingo mostra um sistema convectivo de tempestades com chuva extrema e temporais sobre Corrientes | METSUL

O acumulado de chuva na Argentina de 208 mm em poucas horas em Corrientes é extraordinário sob o ponto de vista estatístico, mesmo sendo uma área da América do Sul de muitas tempestades com elevados volumes de chuva em curto intervalo. O recorde de chuva da cidade é de 246,1 mm em 24 horas em 31 de março de 1986.

O que causou a chuva na Argentina ser tão extrema? Com a aproximação de uma frente fria, associada a um ciclone muito ao Sul no Atlântico, se formou uma linha de instabilidade entre o Centro da Argentina e o Oeste do Uruguai que avançou para o Oeste do Rio Grande do Sul. Na madrugada, um sistema convectivo de mesoeacala (de tempestades) se organizou no Norte da Argentina. Foi o que provocou a chuva extrema na cidade de Corrientes.

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