Grandes incêndios estão sendo registrados no Paraguai e na província argentina de Misiones. Focos surgiram hoje também em Corrientes, na Argentina. As chamas estão fora de controle em algumas localidades e o vento prejudica o enfrentamento dos incêndios. O fogo ocorre em meio a uma brutal onda de calor com marcas de até 44ºC na região, tempo muito seco e uma severa estiagem.

Conforme dados do Inpe, a Argentina tem neste mês até o dia 19 um total de 5613 focos de calor identificados por satélites do Sul ao Norte do país. Mesmo faltando mais de 10 dias para terminar o mês, o número é quase o triplo da média histórica de janeiro de 1998-2021 de 1648. O valor parcial do mês bate o recorde de janeiro de 4624 de 2002.

Já o Paraguai registrou nos primeiros 19 dias de janeiro nada menos que 2678 focos de calor. O número corresponde a 310% da média histórica do mês inteiro de 861. O recorde histórico de janeiro de 2122 focos, no ano 2000, foi amplamente superado agora. A grande quantidade de fumaça gerada pelos incêndios tornou a qualidade do ar muito ruim em diversas cidades paraguaias e o ar foi descrito como “insalubre” em alguns momentos em Assunção.

As imagens de satélite desta quinta-feira mostravam a fumaça dos incêndios na Argentina e no Paraguai sendo transportas para o Rio Grande do Sul por correntes de vento de Norte que reforçam o calor no território gaúcho.

A fumaça que está chegando ao território gaúcho tem realçado as cores do entardecer em várias cidades e foi responsável por imagens espetaculares em Porto Alegre no final da tarde da quarta-feira.

Fernando Oliveira

Fernando Oliveira

A temperatura máxima na estação do Instituto Nacional de Meteorologia em Uruguaiana hoje de 42,1ºC foi a segunda mais alta de toda a série histórica do município que se iniciou em 1912. Bateu os 42,0ºC da grande e histórica onda de calor de janeiro de 1943 e por pouco não igualou o recorde absoluto de 42,2ºC de 1986. É o primeiro registro de 42ºC e a maior temperatura na rede oficial do instituto nacional no Estado desde 1986, portanto em 36 anos.

Queimadas também ocorrem no Rio Grande do Sul em razão do calor excessivo e da seca. O Rio Grande do Sul vive um janeiro de fogo como não se registrava há quase 20 anos. De acordo com dados Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o número de focos de incêndios captados por satélites entre os dias 1º e 19 de janeiro no Estado foi de 133, quase o dobro da média histórica de janeiro inteiro de 1998-2021 de 71.

A última vez que o mês registrou tantos focos de calor observados por satélite foi em 2005 com 186, ano em que o território gaúcho também passava por uma severa estiagem. O recorde pertence ao ano de 2002 com 263 focos captados por satélites.