São Paulo terá brevíssima trégua da secura com queda de temperatura máxima por uma frente fria nesta quarta-feira | NELSON ALMEIDA/AFP/METSUL METEOROLOGIA

São Paulo enfrenta uma longa sequência de dias sem chuva e faz mais de um mês que a cidade não tem precipitação expressiva que supere no mínimo 10 mm. Sem a atuação de frentes frias e com um padrão de bloqueio atmosférico instalado, julho até o momento na capital paulista é um mês por demais seco e com temperatura acima da média climatológica.

A frente fria que trouxe chuva e vendavais no Sul do Brasil, conforme esperado, avança para o Sudeste muito enfraquecida e perdendo organização. Por isso, não vai trazer grande impacto no estado de São Paulo. Mesmo assim haverá mudanças no tempo nas próximas horas na cidade de São Paulo.

O deslocamento do sistema frontal trará aumento de nebulosidade na capital paulista entre hoje e amanhã. Mesmo a possibilidade de precipitação não pode ser descartada no final do dia e em parte da quarta-feira, especialmente no começo do dia. Se ocorrer, tende a ser fraca e com volumes muito baixos, inclusive na forma de garoa.


O que os dados mostram é que a massa de ar frio que ingressou no Sul do Brasil deve trazer uma queda acentuada da temperatura na cidade de São Paulo. Muito mais nas máximas que nas mínimas, uma vez que não se espera o registro de frio intenso na capital paulista como se projeta para vários pontos do Sul do Brasil no amanhecer desta quarta.


Ar mais frio atua na cidade de São Paulo nesta quarta e traz um dia ameno, em contraste com os muitos dias de temperatura alta à tarde neste mês de julho. As marcas de hoje de até 27ºC vão dar lugar a uma tarde nesta quarta com 17ºC a 19ºC na maioria dos bairros da cidade. Mas, como destacado, não faz muito frio. Previsão de 14ºC ao amanhecer e 15ºC no final do dia. Na quinta, ar quente volta a ingressar e a temperatura volta a se elevar acentuadamente.

Primeiro semestre teve déficit de chuva

A capital paulista costuma ter pouca chuva nesta época do ano por julho ser parte da estação seca no Sudeste do Brasil. Para se ter ideia, não choveu ainda em julho na cidade de São Paulo. E a escassez de precipitação não é recente. Em junho, choveu somente 34,6 mm no Mirante de Santana.

O valor ficou 25,1 mm abaixo da normal climatológica 1991-2020 que é de 59,7 mm, o que significa um desvio de -42 %. O maior volume de chuva em 24 horas foi de 21,8 mm. Ao todo foram três dias com registro de precipitação acima ou igual a 1 mm, ou dois dias a menos do que a climatologia.

O desvio de precipitação deste ano está negativo na cidade de São Paulo em 163 mm, ou seja, um déficit de 16 % em relação à climatologia do primeiro semestre. Janeiro anotou 378,6 mm e superou a média mensal histórica de 292,1 mm em 86,5 mm. O mês de fevereiro somou somente 69,2 mm, enorme desvio de 188,5 mm em relação à média de 257 mm. Já março teve chuva de 233,8 mm, apenas 4,7 mm superior à normal climatológica de 229,1 mm.


Durante o outono, a estação quase inteira teve pouca chuva na capital paulista. Em abril, apenas 61 mm se precipitaram no Mirante de Santana, 26 mm abaixo da normal mensal de 87 mm. Em maio, 52 mm ou 14,3 mm abaixo da média de 66,3 mm. Em junho, 34,6 mm ou 25,1 mm da média mensal histórica de precipitação de 59,7 mm.

A última vez que a estação automática do Mirante de Santana registrou precipitação mensurável foi em 26 de junho. A estação não tem chuva diária acima de 10 mm desde o dia 10 de junho, logo há mais de um mês. Sem precipitação, os paulistanos têm enfrentado dias de temperatura acima da média desta época do ano, mais secos e mais poluídos, uma vez que a falta de chuva prejudica a dispersão de poluentes e o tempo seco favorece inversão térmica no começo do dia que retém a poluição perto da superfície.