Frente fria associada a um centro de baixa pressão vai levar chuva a diversas áreas hoje afetadas por secura extrema, calor muito intenso, incêndios e baixa qualidade do ar por abundante presença de fumaça na atmosfera. É a previsão da MetSul Meteorologia para este fim de semana e o começo da semana que vem.
O Brasil experimenta neste momento uma grave crise ambiental com tempo muito seco e quente que favorece um elevado número de queimadas e incêndios, muito acima dos padrões normais desta época do ano. A situação é mais crítica em estados do Norte, do Centro-Oeste e do Sudeste, onde a escassez de chuva é mais duradoura.
O calor agrava a situação das queimadas. Máximas ao redor de acima de 40ºC têm sido observadas em vários estados, inclusive no Paraná (Região Sul), e são mais altas no Sudeste e no Centro-Oeste. Dos primeiros doze dias de setembro, Cuiabá (MT) anotou máximas diárias acima de 40ºC em nove dias com algumas tardes superando os 42ºC.
Com muito fogo e fumaça, a qualidade do ar se deteriora gravemente com índices que são ruins a muito ruins e mesmo insalubres em diferentes pontos. Somente o tempo seco por longo período já comprometeria a qualidade do ar, mas a fumaça agrava ainda mais a qualidade do ar respirado por dezenas de milhões de brasileiros.
A frente fria que avança para o Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil a partir da Região Sul não vai acabar com a crise ambiental brasileira, mas deve proporcionar alívio ao menos temporário das altas temperaturas, da umidade baixíssima e da má qualidade do ar para dezenas de milhões de brasileiros.
Antecipa-se que a chuva não vai alcançar todas as áreas afetadas por fogo, fumaça, calor e má qualidade do ar. Grandes áreas do Centro-Oeste e do estado de Minas Gerais vão permanecer ainda com tempo seco e quente.
Veja o avanço da chuva com a frente fria
Uma massa de ar frio ingressa no Rio Grande do Sul neste sábado e desloca uma frente fria por Santa Catarina e o Paraná com chuva na maior parte dos dois estados. A chuva em alguns pontos pode ser moderada a forte com risco de temporais localizados.
Também neste sábado, a chuva deve alcançar locais do Sul de São Paulo, vários pontos do Sul e do Oeste do Mato Grosso do Sul e de forma muito irregular e isolada setores do extremo Sudoeste do Mato Grosso próximos do Pantanal.
No domingo, a frente fria avança mais e a chuva alcança um maior número de pontos. Chove de forma muito isolada no Mato Grosso, em diferentes locais do Mato Grosso do Sul, sobretudo do Centro para o Sul do estado, e ainda em diversas regiões do estado de São Paulo.
Na segunda-feira, pancadas apenas isoladas e em poucos pontos alcançam o Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e talvez até Goiás com a instabilidade maior concentrada no estado de São Paulo, onde se espera chuva em diversas cidades, e ainda no Rio de Janeiro. A maior parte de Minas Gerais segue com tempo seco.
Na cidade de São Paulo, o sábado é menos quente que esta sexta com aumento das nuvens. Já no domingo, a nebulosidade aumenta ainda mais e já pode ter precipitação sem maiores volumes, mas temperatura consideravelmente mais baixa. A chuva ocorre mais na segunda-feira na capital paulista com temperatura amena.
Quanto pode cair de chuva com a frente fria
Os dados analisados pela MetSul não indicam volumes de chuva significativos para o Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil na atuação desta frente fria. Além disso, como já se destacou, as precipitações serão irregulares e em muitas cidades das duas regiões sequer deve chover. Os maiores acumulados devem se dar na Região Sul.
Os dois mapas acima mostram a projeção de chuva acumulada em cinco dias, de hoje até terça, no Centro-Sul do Brasil, com dados dos modelos do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF) e do centro alemão (Icon) a partir da rodada da 0Z de hoje.
Onde chover pode cair chuva preta
As áreas do Sul, Centro-Oeste e do Sudeste que tiverem precipitação devem ter chuva preta, ou seja, acompanhada de fuligem das queimadas. Isso ficará visível com piscinas escuras, água em baldes e bacias com tom preto, e ainda na lataria de automóveis nas ruas.
Soot (fuligem) e a chuva preta estão intimamente relacionados, especialmente em áreas urbanas e industriais onde há grandes quantidades de poluição no ar. A chuva preta é um fenômeno que ocorre quando a fuligem e outras partículas contaminantes presentes na atmosfera se misturam com a umidade e precipitam sob a forma de chuva.
Esse tipo de chuva é indicativo de altos níveis de poluição, e geralmente é observada em locais próximos a áreas industriais, queimadas ou onde há intensa queima de combustíveis fósseis. A presença de fuligem na chuva preta é preocupante, pois não só indica a má qualidade do ar, mas também traz implicações ambientais e de saúde significativas.
Como consultar os mapas
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