O Rio Grande do Sul teve outra jornada de intenso calor na quinta-feira, a mais quente até agora na escalada da temperatura desta semana. A máxima no Estado por pouco não atiingiu os 40ºC na estação do bairro Planalto, em Santa Rosa. Foi o terceiro dia seguido com marcas acima de 38ºC na cidade do Noroeste gaúcho. Grande parte do Estado teve máximas que superaram os 35ºC, exceção da região serrana e da costa. Já em Porto Alegre, a máxima de 38,0ºC foi anotada na estação do bairro Moinhos de Vento do Sistema Metroclima da Prefeitura da Capital.


O calor provocou um novo recorde de demanda de energia no Estado. A CEEE registrou uma demanda de 6974 megawatts às 15h04m, o que se explica, segundo a companhia, em consequência das “altas cargas de refrigeração junto a todos segmentos de consumidores”. A empresa informou em comunicado que fazia 33,7ºC no horário em Porto Alegre no momento do pico da demanda, mas, tradicionalmente, os valores de temperatura que são informados pela CEEE estão bem abaixo do conjunto de estações meteorológicas da cidade. No Jardim Botânico, não muito longe da sede da companhia na Avenida Ipiranga, às 15h desta quinta-feira, a temperatura era de 34,4ºC. Outras estações da cidade acusavam entre 36ºC e 37ºC no mesmo horário.


Não é possível descartar que o consumo de energia, que atingiu níveis históricos ontem possa bater um novo recorde hoje. Isso porque esta sexta-feira será outro dia de calor muito intenso no Estado com máximas ainda mais altas que ontem em diversas cidades. Marcas à tarde devem ficar ao redor dos 40ºC no Oeste e no Centro do Estado, inclusive na Capital e Grande Porto Alegre. O sol predomina nesta sexta-feira, mas da tarde para a noite pode ter instabilidade muito isolada no Estado.

Umidade muito baixa, forte insolação e calor intenso a extremo provocaram uma perda de umidade do solo acentuada nos últimos dias no Rio Grande do Sul. Os mapas abaixo mostram os níveis de umidade no solo no começo de janeiro (esquerda) e no final do mês (direita). É nítido como as condições se deterioram rapidamente em apenas 20 dias no Estado com a diminuição da chuva e a grande irregularidade das precipitações. Por isso, começam a surgir relatos de quebra na safra de verão. As perdas já atingem 25% na soja em pontos do Alto Uruguai da Serra. Segundo a Emater, o pior cenário está em Machadinho, Maximiliano de Almeida, Paim filho, São João da Urtiga, São José do Ouro, Viadutos, Marcelino Ramos e Capão Bonito do Sul. Nas áreas de Passo Fundo e de Ijuí a quebra é estimada em 10%, mas pode haver reversão em quadro de chuva favorável. Na região de São Luiz Gonzaga, as perdas podem atingir 20% na soja caso não chova satisfatoriamente em breve.


Já havia a expectativa que o verão começasse com chuva abundante e que no decorrer da estação poderia haver déficit hídrico. Há meses a MetSul advertia seus clientes, diante da grande euforia com as cotações da soja, que o verão seria de risco de novo em 2013, apesar de não repetir o desastre de 2012. Hoje, temporais isolados (alguns fortes) devem se concentrar mais no Centro da Argentina e no Uruguai na segunda metade do dia. No começo do sábado, uma frente fria se intensifica sobre o Uruguai e começa a avançar em direção ao Rio Grande do Sul. Por isso, o mau tempo neste sábado no Rio Grande do Sul ocorre na maioria das regiões da tarde para a noite após um começo de dia muito quente. Há risco de temporais isolados. No domingo, a instabilidade sobre o Estado é maior na primeira metade do dia, quando se espera chuva na maioria das regiões e a possibilidade de temporais localizados. Modelos divergem muito quanto aos volumes de chuva durante o domingo, indicando a maioria precipitações bastante irregulares (altos acumulados localizados e baixos em outros pontos) enquanto pelo menos um aponta risco de chuva forte entre a madrugada e de manhã com volumes elevados em vários pontos. Da tarde para a noite do domingo, a instabilidade tende a se concentrar mais na Metade Norte do Rio Grande do Sul.