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COMANDO MILITAR DO SUL/DIVULGAÇÃO

Exército, Marinha e Aeronáutica participam das operações de socorro e resgate no Vale do Taquari, que enfrenta a segunda maior cheia de sua história. Pessoas seguiam ainda sobre os telhados de casas na tarde desta terça-feira à esperada de socorro por barco ou helicóptero com as áreas tomadas pelas águas.

Tropas do 6º Batalhão de Engenharia de Combate, de São Gabriel/RS, do Exército Brasileiro, apoiaram as ações da Defesa Civil do Rio Grande do Sul no resgate de pessoas que ficaram ilhadas, devido às cheias, no Vale do Taquari. Foram usados embarcações e caminhões no apoio à população.

A Marinha do Brasi, por intermédio do Comando do 5º Distrito Naval, enviou uma equipe de apoio à Defesa Civil da região do Vale do Taquari, com a finalidade de prestar o apoio necessário a população, juntamente com as autoridades locais.

Já a Força Aérea Brasileira participa com helicóptero. Dezenas de pessoas foram resgatadas na “operação de guerra” que foi organizada pela Força Aérea Brasileira, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e autoridades para resgatar moradores da região atingidos pela enchente nesta terça-feira nos municípios do Vale do Taquari.

Conforme apurado pela reportagem da Rádio Independente junto ao centro de operações da Defesa Civil de Lajeado, até às 20h, com o auxílio de duas aeronaves, uma do Corpo de Bombeiros e outra da Força Aérea Brasileira, seguiam os resgates e as buscas vão seguir no período da noite.

A cheia do Rio Taquari é de proporções históricas nesta terça-feira e atingiu níveis que somente foram vistos uma vez desde o começo das medições no século 19. O nível medido em Estrela e informado pela Prefeitura da cidade chegou a 29,60 metros à tarde. A cota medida é a segunda maior já aferida na cidade. O nível de 29,60 metros se aproximou do recorde oficial de 29,92 metros, da grande enchente no Rio Grande do Sul de maio de 1941.

A chuva extrema que atingiu o Rio Grande do Sul, especialmente a Metade Norte, tinha como saldo 21 mortos nesta terça-feira. A grande maioria das vítimas foi encontrada no município de Muçum, no Vale do Taquari, a região do estado mais castigada pelas enchentes. Quinze corpos foram encontrados no município de Muçum na tarde desta terça.

Das 21 mortes confirmadas até o momento no estado, uma vítima fatal era de Passo Fundo, uma de Mato Castelhano, uma de Ibiraiaras, uma de Lajeado, uma de Estrela, e 15 da cidade de Muçum. Há pessoas desaparecidas e o número de vítimas deve aumentar. Há o temor de que o saldo de mortos possa crescer significativamente à medida que muitas áreas seguem isoladas e incomunicáveis.

O número de mortos é o maior em um desastre natural no Rio Grande do Sul deste 1959, quando também no mês de setembro um episódio de chuva extrema com enchente repentina deixou mais de 90 mortos nos municípios de Passa Sete e Candelária, no Vale do Rio Pardo.

Até às 17h desta terça-feira, a Defesa Civil estadual contabilizou 67 municípios afetados. Até o momento, a Defesa Civil estima em 52.137 o número de pessoas afetadas em todo o Estado. Há 3.084 desalojados e 1.650 desabrigados.