Em comunicado, o serviço italiano informou que a marca foi observada às 13h14, hora local, nesta quarta-feira. De acordo com o SIAS, a máxima de hoje foi a mais alta até hoje observada em sua rede desde 2002. Nos gráficos acima, publicados pelo serviço de Meteorologia da Sicília, estão os dados de temperatura, umidade relativa do ar e direção do vento a dois metros do solo, com intervalo de 5 minutos, assim como a velocidade do vento médio e os máximos de vento a cada cinco minutos.
A marca de hoje em Siracusa supera o recorde de maior temperatura já registrada no continente europeu e aceito pela Organização Meteorológica Mundial de 48,0ºC, e, Atenas, na Grécia, em 1977. O recorde grego de 44 anos atrás, apesar de reconhecido, é muito debatido e contestado por meteorologistas e climatologistas como incorreto.
Para que a marca de hoje na Sicília seja reconhecido como novo recorde oficial de máxima na Europa, os dados terão que ser analisados pelo comitê de climatologia da Organização Meteorológica Mundial que mantém a lista dos recordes meteorológicos oficiais ao redor do mundo.
Uma brutal onda de calor é registrada desde o mês de julho por um padrão de bloqueio atmosférico no Mediterrâneo com marcas históricas de calor na Itália, Grécia, Turquia e Albânia, o que favoreceu uma onda de incêndios florestais devastadores na região e que castiga principalmente gregos e turcos.
Nas últimas horas, os incêndios chegaram ao Norte da África com 65 mortos na Argélia, onde a onda de calor chegou com força e a temperatura se aproximou ontem dos 50ºC.
A tendência para os próximos dias é que o calor siga extremo em toda a região do Norte da África e do Mediterrâneo com novas marcas extremas de calor e possíveis recordes.
O calor extremo deve migrar mais para Oeste e atingir com força Espanha e Portugal com marcas acima de 45ºC em pontos da península ibérica, o que agravará muito o risco de incêndios florestais nos dois países.