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O quadro hoje, tecnicamente, é de estiagem em parte do Rio Grande do Sul. A escassez de chuva se reflete principalmente no Oeste, no Noroeste e no Norte do Estado, onde os volumes de chuva foram muito baixos nas últimas semanas. No Sul e no Leste gaúcho, em razão das precipitações acima da média no mês de setembro, a situação hoje é mais confortável.

Nos últimos 30 dias, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia, choveu 154 mm em Rio Grande, 133 mm em Capão do Leão (Pelotas), 105 mm em Encruzilhada do Sul e 104 mm em Jaguarão. Por outro lado, a precipitação no mesmo período somou tão-somente 51 mm em Uruguaiana, 23 mm em Tupanciretã, 20 mm em São Luiz Gonzaga e Santo Augusto, 13 mm em São Borja, 12 mm em Cruz Alta, 10 mm em Frederico Westphalen, Palmeira das Missões e Erechim, e apenas 8 mm em Ibirubá. Em muitas cidades do Norte do Estado, a chuva do mês de outubro está perto de zero.

A chuva muito escassa deste mês de outubro que se soma à abaixo da média de setembro provoca uma diminuição drástica da umidade do solo, dificultando o plantio da safra de verão, e compromete lavouras de milho e trigo. Outro efeito é a queda nos níveis dos mananciais d’água.

Fotografias de Aldoir Santos mostram que o Rio Pelotas, a nascente do Rio Uruguai, está extremamente baixo na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina na região dos Campos de Cima da Serra. As imagens de hoje, em pleno outubro, que costuma ser um mês chuvoso no Estado, recordam as do auge da estiagem no final do último verão e no começo do outono.

Desde o primeiro semestre a MetSul Meteorologia vinha alertando em metsul.com em especiais de clima para os assinantes que o resfriamento do Oceano Pacífico equatorial, com ou sem La Niña, traria problemas de falta de chuva no último trimestre do ano por precipitações irregulares durante a primavera e que a situação se agravaria entre os meses de novembro e dezembro. Nos mesmos informes, alertava-se que, confirmando-se a ocorrência de La Niña, o que ocorreu, os risco de estiagem apenas aumentaria.

Hoje, com o fenômeno La Niña em moderada intensidade e no limite de adentrar a forte intensidade, os riscos hídricos somente aumentam. Com uma estiagem instalando-se na primavera e um verão inteiro pela frente, a situação tende a se agravar mesmo com a chuva prevista para o final deste mês nas áreas mais castigadas.

Serão vários meses com La Niña ainda pela frente e neste período é uma improbabilidade que ocorra chuva com volumes suficientes para a reposição do déficit hídrico acumulado recentemente e ainda do último verão não totalmente recuperado em parte do Estado no inverno.