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Milho já apresenta sinais de perdas irreversíveis em alguns municípios do Rio Grande do Sul com a escassez de chuva das últimas semanas | Karine Viana/Palácio Piratini

A chuva abaixo da média das últimas semanas já começa a trazer prejuízo no campo do Rio Grande do Sul com preocupação com perdas irreversíveis em alguns municípios e replantio em outros. A tendência é de agravamento da situação hídrica no estado gaúcho com crescimento das perdas e aumento dos índices de quebra, especialmente na cultura do milho, alerta a MetSul.

De acordo com informativo da Emater, nas regionais de Ijuí, Caxias do Sul, Frederico Westphalen, Santa Maria, Pelotas, Passo Fundo, Erechim, Soledade e Porto Alegre, a semeadura da soja foi retomada parcialmente no final de novembro em localidades que tiveram chuva acima de 20 mm. Alguns produtores semearam com solo seco na expectativa de chuva que não veio a se concretizar.

A Emater ressalta que em pontos destas regiões as plantas têm desenvolvimento lento, número reduzido de folhas e folhas pequenas. Nas áreas semeadas, a partir da segunda quinzena de novembro, quando o teor de umidade do solo era baixo, foram observadas falhas na germinação e em alguns casos houve necessidade de replantio.

Nas regionais da Emater de Bagé, Frederico Westphalen e Pelotas, os cultivos de milho vêm se ressentindo com a escassez das chuvas. Na região de Frederico Westphalen, as chuvas foram de baixo volume e as plantas mostram sinais de estresse hídrico. Os cultivos em fase de florescimento e enchimento de grãos sinalizam redução da produtividade de 7%.


Nas áreas de Ijuí, Santa Rosa, Soledade, Erechim, Passo Fundo e Porto Alegre, os cultivos dão sinais de redução do potencial produtivo e perdas de produtividade, proporcional ao nível de déficit hídrico de cada lavoura. Cresce a preocupação com perdas irreversíveis, advertiu o órgão. Em algumas localidades, por exemplo, nas áreas em floração e formação de grãos, já é possível verificar espigas pequenas e outras consequências da falta de chuva no milho.

Prognóstico de chuva é muito ruim

Se a situação já não é boa em muitas localidades gaúchas por conta da chuva abaixo das médias históricas, a tendência futura é pior. Os dados analisados pela MetSul sinalizam que deverá se registrar uma significativa deterioração das condições de umidade do solo ao longo deste mês de dezembro com precipitações abaixo a muito abaixo dos padrões históricos.

O mapa acima, disponível ao assinante na seção de mapas, mostra a projeção de anomalia de chuva para os próximos 15 dias do modelo climático norte-americano CFS em que se observa a tendência de precipitação abaixo do normal. Modelos determinísticos e ensemble de previsão do tempo para 15 dias sinalizam igual tendência.

Vai chover muito pouco na maior parte do Rio Grande do Sul nesta primeira quinzena do mês de dezembro. Em muitos municípios gaúchos, a chuva total até 15 de dezembro não deverá superar 10 mm ou 20 mm com possibilidade de vários pontos ficarem com índices inferiores a 5 mm. Sob este cenário, é possível se antecipar uma rápida e grave deterioração das condições para o produtor com impacto mais severo na cultura de milho.

O fenômeno La Niña atua no Oceano Pacífico Equatorial e contribui para a diminuição da chuva e as precipitações ainda mais irregulares do que já costumam ser nesta época do ano. Todos os indicativos são de que o quadro de precipitações predominantemente abaixo do normal siga nas próximas semanas. Por meses, a MetSul vinha alertando que no último trimestre do ano o resfriamento do Pacífico teria impacto na chuva com déficit hídrico.

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