Chicago registra sensação térmica e frio com valores extremos com a poderosa massa de ar frio vinda do Ártico e o ciclone bomba nos Grandes Lagos | SCOTT OLSON/GETTY IMAGES/AFP/METSUL METEOROLOGIA

A forte nevasca e as temperaturas polares que atingem os Estados Unidos neste período de Natal se devem a um fenômeno chamado “bomba meteorológica”, ou um ciclone bomba, causado por uma depressão atmosférica que se intensifica rapidamente, mas cuja intensidade histórica se deve ao ar ártico gelado.

A causa é um sistema de baixa pressão, gerado por um poderoso encontro entre duas massas de ar: uma muito fria vinda do Ártico, e outra tropical, procedente do Golfo do México. Uma depressão é um sistema de baixa pressão atmosférica. Muitas vezes, implica mau tempo, pois provoca correntes ascendentes que causam nuvens e precipitação.

O que torna o caso atual extraordinário é que a pressão atmosférica caiu muito rapidamente (menos de 24 horas) nessa ocasião. Isso é o que se chama de “ciclogênese explosiva”. Ocorre quando a pressão cai ao menos 24 hPa em 24 horas em latitudes médias.

No caso dos Estados Unidos, a pressão atmosférica no centro da baixa pressão nos Grandes Lagos caiu 40 hPa em 24 horas. “Isso causou as condições extremas de tempestade perto do centro do sistema com tempo extremo marcado por ventos muito fortes e nevascas.

Meteorologistas dos Estados Unidos avaliam que a raridade dessa tempestade não se explica tanto por suas causas — uma “bomba de baixa pressão” —, mas por sua intensidade e níveis de temperatura extremamente baixos. O fato de o ciclone bomba se formar sobre o continente e não sobre o mar, como é o normal, também é um fato notável.

O que levou ar tão gelado e tão ao Sul? Simplesmente pelo fato de a tempestade provocar um colapso no vórtice polar que normalmente fica perto do Polo Norte, no Ártico, ou seja, uma massa de ar particularmente fria, procedente do Ártico, em direção às latitudes temperadas, arrastada pela ondulação da corrente de jato (corrente de grande altitude) e favorecida por condições anticiclônicas no Pacífico.

“Um frio dessa magnitude pode causar congelamento na pele exposta em minutos, bem como hipotermia e morte, se a exposição for prolongada”, alertou o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA. E isso torna qualquer deslocamento “perigoso, ou às vezes impossível”.

Até este fim de semana, o ciclone bomba deve se mover dos Grandes Lagos em direção a Québec, no Canadá, que corre o risco de “ser duramente atingida” por ventos particularmente violentos e fortes nevascas, e em menor grau em direção ao Nordeste dos Estados Unidos.

Um ciclone bomba, também conhecido como bombogênese, é uma tempestade de desenvolvimento rápido que ocorre quando a pressão atmosférica cai pelo menos 24 milibares em um período de 24 horas, observa a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica online.

O que é um ciclone bomba

Um ciclone-bomba ocorre quando a pressão atmosférica no centro do ciclone cai rapidamente. Para se qualificar como um sistema do tipo bomba, a pressão central da área de baixa pressão precisa cair no mínimo 24 hPa em um intervalo de 24 horas.  Ciclones extratropicais do tipo bomba se formam pelo encontro de massas de ar quente e frio.

Por que é chamado de ciclone bomba?

O termo popular foi usado pela primeira vez por volta de 1940. É chamado de ciclone bomba porque uma pressão baixa (ou ciclone) sofre ‘bombogênese’, que se refere à taxa rápida na qual a pressão baixa se desenvolve”.

Quais são os efeitos de um ciclone bomba?

Os perigos de um ciclone bomba podem ser multifacetados e variam de acordo com a localização e a velocidade da tempestade. A diferença de pressão enorme pode criar ventos fortes, condições de nevasca e neve pesada que podem reduzir a visibilidade, além de chuvas intensas. Vento e precipitação também podem causar inundações costeiras.

Quando os ciclones de bomba ocorrem com mais frequência?

Embora os ciclones bomba possam acontecer em qualquer época do ano, eles tendem a ser relatados com mais frequência nos meses de inverno. Eles são mais comuns de dezembro a início de março no Hemisfério Norte, de acordo com um estudo de 2017 do Journal of Applied Meteorology and Climatology, que analisou os padrões de ciclones bombas no Norte do Oceano Pacífico de 2000 a 2015.