O mês de fevereiro chega ao fim com o Oceano Pacífico Equatorial ainda apresentando condições de La Niña. A maioria dos modelos de clima analisados pela MetSul segue a indicar a tendência de rápido enfraquecimento do fenômeno agora entre março e abril. A maior probabilidade é que o Pacífico ingresse em estado de neutralidade, logo sem La Niña ou El Niño, no outono. Neste mês de fevereiro, um raramente forte pulso de uma oscilação atrelada à instabilidade nos trópicos conhecida como Madden-Julian causou um rápido enfraquecimento dos ventos de Oeste no Pacífico Equatorial e isso, conforme várias análises, poderia precipitar o fim do evento atual de La Niña e o crescimento das áreas de águas mais quentes do que o normal no oceano. É o que já suscita debates na comunidade climatológica sobre a possibilidade de um El Niño no segundo semestre de 2018. É cedo para dizer.
Os modelos de clima, que entre março e junho têm uma menor confiabilidade para prognósticos de longo prazo para o Pacífico no que se convencionou denominar de “barreira de previsão”, estão em total desacordo. Os mapas acima são de dois modelos climáticos com suas projeções para setembro. Um prognostica El Niño (esquerda) e o outro (direita) La Niña para setembro. Para a MetSul, é improvável que sejam registradas condições de La Niña no segundo semestre e a probabilidade maior é de neutralidade ou El Niño fraco.