Duas frentes fria irão chegar ao Brasil na virada do mês. O mês de abril terá logo nos primeiros dias uma maior frequência de instabilidade por conta da passagem dos sistemas frontais. A chuva será irregular, porém chega num momento em que a estiagem ainda gera muitos prejuízos, sobretudo, no Rio Grande do Sul.
Sempre que se fala em frente fria muitas pessoas já relacionam a chegada do frio, mas não é bem assim. É preciso explicar que tecnicamente frente fria é uma zona de transição entre o ar quente (que fica na dianteira do sistema, ou seja, vem antes da chuva) e o ar frio que avança na retaguarda (ou seja logo depois da chuva). A faixa de nuvens e de chuva entre essas duas massas de ar, quente e fria, se dá o nome de frente fria justamente porque o ar frio empurra a chuva e define a velocidade e o local onde a instabilidade irá atuar.
Dito isso, a expectativa é de a primeira frente fria atuar entre os 31 e 1° de abril. Ao longo do sábado e a segunda-feira com o retorno do predomínio de sol irá esquentar bastante em grande parte do Centro/Sul do país. Uma corrente de vento de Norte/Noroeste irá atuar nos baixos níveis atmosfera favorecendo esse aquecimento entre a Argentina, Paraguai e sul do Brasil.
Entre a tarde e a noite do dia 31 a instabilidade se desloca entre o Uruguai e o Rio Grande do Sul e ao longo do dia 1° avança rapidamente pelos estados do Sul. O sol aparece no território gaúcho durante a tarde na medida em que a frente avança pelo Paraná e Santa Catarina.
Entretanto, a janela de tempo seco será curta. Uma nova frente fria tende a se formar entre os dias 2 e 3 com rápido avanço pelo Sul e parte do Sudeste do Brasil. Dessa forma ao longo do dia 4 uma massa de ar polar avança, com núcleo sobre o Sul da Argentina na província de Buenos e, por isso, a temperatura apesar de cair não terá um declínio mais acentuado ou generalizado pelo Sul do país.
A passagem das frentes frias será importante para gerar chuva e aliviar os municípios em situação de emergência por causa da estiagem. Com relação a temperatura haverá refresco no começo de abril com mínimas que irão baixar de 10°C, mas por enquanto modelos não projetam risco de formação de geada ou frio mais rigoroso para o Brasil. As saídas atualizadas dos modelos indicam potencial mínimas ao redor e abaixo de 5°C na serra sudeste após a passagem da segunda frente fria, mas gradativamente a temperatura volta a subir. Há potencial para a formação da primeira geada do ano no Rio Grande do Sul, porém será muito isolada e sem maior risco pelos dados de hoje.
Por outro lado, sobre a Argentina o frio será mais intenso com potencial para formação de geada ampla em províncias do Centro e Sul do país. No Uruguai, a temperatura terá um declínio mais amplo com potencial par formação de geada em diversos munícipios no começo de abril, ao redor do dia 5.