Cresce a possibilidade de instalação de um evento do fenômeno La Niña mais tarde neste ano, especialmente entre o inverno e a primavera, de acordo com a agência de tempo e clima do governo dos Estados Unidos. A probabilidade é considerada muito alta no segundo semestre, conforme a NOAA (Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera). O fenômeno aumenta a possibilidade de estiagem e de frio no Sul enquanto no Norte e no Nordeste provoca aumento da chuva.
A NOAA, inclusive, emitiu um “La Niña Watch” ou aviso de La Niña, indicando a possiblidade de retorno do fenômeno, mesmo que as condições atuais ainda sejam de El Niño e forte. O pico do El Niño foi atingido no último trimestre de 2023 e no começo de 2024.
Curiosamente, neste momento, por parte da NOAA há simultaneamente um aviso de El Niño ou “El Niño Advisory” (aviso que El Niño está presente e deve seguir atuando) e um aviso de La Niña ou “La Niña Watch” (aviso de condições favoráveis à La Niña nos próximos seis meses).
Conforme a estimativa da NOAA, há uma probabilidade de 79% de que o El Niño chegue ao fim e o Pacífico Equatorial evolua para uma condição de neutralidade no trimestre de abril a junho e 55% de probabilidade de que o Pacífico passe de neutralidade para La Niña no trimestre de inverno, de junho a agosto.
Assim, com base na estimativa da NOAA, haveria uma repetição do que se viu no ano passado, mas com sinal contrário. Em 2023, a transição de La Niña para El Niño foi muito rápida. Para 2024, a agência de tempo e clima dos Estados Unidos projeta uma transição novamente muito rápida, mas desta vez de El Niño para La Niña.
Segundo as projeções da NOAA, na segunda metade do inverno, no trimestre de julho ao mês de setembro, a probabilidade de La Niña no Pacífico beira os 70%. No trimestre de agosto a outubro, que contempla o fim do inverno e o começo da primavera, a probabilidade supera os 70%. Já no trimestre de primavera, de setembro a novembro, a probabilidade estimada está perto de 80%.
A atualização deste mês marca um acentuado aumento da probabilidadepelas estimativas da NOAA. No mês passado, a agência indicava para o trimestre de agosto a outubro, que é atentamente monitorado por coincidir com pico da temporada de furacões no Atlântico Norte, uma probabilidade de 64% de La Niña. Na atualização de fevereiro, a probabilidade subiu para 74%.
Desde 1950, mais de metade dos eventos de El Niño foram seguidos pouco depois por uma transição para La Niña. Assim, não seria incomum ver o Oceano Pacífico Equatorial se comportar assim em 2024, com um começo de ano com El Niño e um final de ano sob La Niña.
Considerando apenas os eventos de forte El Niño, como é o caso de 2023-2024, cinco dos oito eventos desde 1950 foram seguidos por um episódio frio, portanto a maioria. A transição aconteceu rapidamente nestes casos. Dois eventos de El Niño forte (1973 e 1998) tiveram apenas um período de três meses de condições neutras antes de mudar para a fase fria. Outros dois anos (1983 e 2010) tiveram dois trimestres neutros na transição. No Super El Niño de 2015-2016, a neutralidade na transição ocorreu durante três períodos de três meses.
A MetSul Meteorologia está nos canais do WhatsApp. Inscreva-se aqui para ter acesso ao canal no aplicativo de mensagens e receber as previsões, alertas e informações sobre o que de mais importante ocorre no tempo e clima do Brasil e no mundo, com dados e informações exclusivos do nosso time de meteorologistas.