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Sul do Brasil vai enfrentar mais enchentes nesta segunda metade de outubro com maio risco no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina | ANDERSON COELHO/AFP/METSUL METEOROLOGIA

A primeira metade de outubro foi marcada por muita chuva com índices de precipitação muitíssimo acima da média em áreas da Metade Norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, parte do Paraná, e o Sul e o Leste de São Paulo. Quase todo o Centro-Oeste e grande parte do Norte do Brasil, entretanto, tiveram chuva abaixo da média.

Onde a chuva foi mais extrema foi em Santa Catarina, onde somente nos primeiros 15 dias do mês a precipitação ficou entre 300 mm e 500 mm em grande número de cidades. Os registros indicaram, por exemplo, 461 em Mirim Doce, 456 mm em Taió, 398 mm em Salete, 386 mm em Papanduva, 382 mm em Canoinhas, 378 mm em Major Vieira, 376 mm em Bom Jardim da Serra, 369 mm em Tangará, 359 mm em Indaial, e 300 mm na cidade de Florianópolis.

Na Metade Norte do Rio Grande do Sul, vários municípios das Missões, Planalto Médio e do Uruguai anotaram acumulados de 200 mm a 300 mm apenas na primeira metade de outubro. Destaque para Palmeira das Missões, onde a chuva passou dos 300 mm no período.

No Paraná, os volumes de chuva na primeira metade do mês foram excessivamente altos no Sul e no Leste do estado com acumulados de 351 mm em Morretes e 343 mm em São Mateus do Sul. Na região metropolitana de Curitiba, várias estações anotaram volumes de chuva ao redor ou acima de 250 mm na primeira quinzena do mês.

Em São Paulo, recorde. A chuva somente dos primeiros 15 dias de outubro na estação do Mirante de Santana, a de referência climatológica com dados desde 1943, somou 238,8 mm. Com isso, a chuva apenas da primeira metade do mês já faz com que este seja o outubro mais chuvoso já registrado na capital paulista, superando o recorde mensal de 237,9 mm de outubro de 1969.

A segunda metade de outubro seguirá com chuva acima a muito acima da média em grande parte do Sul do Brasil, projeta a MetSul Meteorologia. Os maiores acumulados no Rio Grande do Sul devem se dar no Noroeste e no Norte do estado com volumes em diversas cidades de 200 mm a 300 mm, mas com acumulados pontuais na quinzena de 300 mm a 400 mm.

Chove muito nesta segunda metade de outubro também em diversas cidades de Santa Catarina com precipitação acima a muito acima da média na maior parte do estado. Os volumes podem ser especialmente altos mais ao Oeste, onde choveu menos na primeira metade do mês comparado a cidades situadas do Meio-Oeste para o Sul e o Nordeste catarinense. Em alguns pontos do Oeste, a chuva desta segunda metade de outubro vai atingir marcas de 200 mm a 300 mm.

Projeção de anomalia (desvio da média) de chuva para a segunda metade de outubro do modelo climático norte-americano CFS do NCEP/NOAA | METSUL

No Paraná, a expectativa também é de chuva acima da média em várias regiões durante esta segunda metade do mês. Grande número de cidades terá no período chuva acima de 100 com marcas em algumas localidades de 150 mm a 200 mm, mas isoladamente até maiores. O Sul e o Sudoeste do Paraná podem ter chuva mais volumosa.

Em São Paulo, grande variabilidade. Haverá cidades em que a chuva nesta segunda metade de outubro não deve passar de 30 mm ou 50 mm, mas no Sul e no Leste paulista vários pontos devem ficar perto ou passar de 100 mm. Na capital paulista, a tendência é não chover tanto quanto na primeira metade do mês. No Centro-Oeste, exceção de setores isolados que podem ter chuva acima da média por conta de temporais, a maior parte da região não deve ter chuva volumosa.

E a temperatura? Na primeira metade do mês, os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina tiveram temperatura abaixo da média com mínimas muito abaixo da média no Oeste e no Sul gaúcho enquanto as máximas ficaram abaixo da média em grande parte dos dois estados.

Na segunda metade de outubro, a tendência é que os dois estados sigam com marcas menores na comparação com o resto do país, mas a quinzena não será tão fria como a primeira. Espera-se um maior número de dias quentes, mas não muitos. Tampouco se projeta calor prolongado.

Do Centro para o Norte do Paraná, em quase todo o Sudeste e na maior parte do Centro-Oeste, a primeira metade de outubro foi de temperaturas acima a muito acima dos padrões históricos. As máximas em algumas áreas do Mato Grosso do Sul, do interior de São Paulo e de Minas Gerais ficaram até 5ºC ou mais acima da média histórica.

Projeção de anomalia (desvio da média) de temperatura para a segunda metade de outubro do modelo climático norte-americano CFS do NCEP/NOAA | METSUL

O padrão não se altera nesta segunda metade de outubro. A previsão é de temperatura novamente acima a muito acima da média no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil. O calor será constante no interior de São Paulo, em Minas Gerais e nos estados do Centro-Oeste com a maioria dos dias apresentando máximas perto ou acima dos 40ºC no Centro do Brasil. Em alguns dias, o calor será muito excessivo.

Na cidade de São Paulo, pela maior proximidade da costa, o número de dias quentes vai ser muito menor que no interior do estado e vários devem ser de temperatura agradável, mas mesmo assim se antecipa que alguns dias devem ter forte a intenso calor com marcas que podem atingir valores de 32ºC a 34ºC ou mais.