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Voluntário que participa dos resgates observa o Guaíba que está com nível ainda muito alto | ANSELMO CUNHA/AFP/METSUL METEOROLOGIA

O retorno da chuva e com forte intensidade, naturalmente, traz preocupação quanto ao nível do Guaíba e a possibilidade de voltar a subir, justamente no momento em que se iniciou uma trajetória de baixa, caindo abaixo da marca de 5,00 metros depois de seis dias seguidos acima.

Então, as medições indicavam no meio da manhã desta sexta-feira o Guaíba com 4,73 metros na régua do Cais Mauá, junto ao Centro. No pico da cheia, no último fim de semana, atingiu mais de 5,30 metros. Há uma clara e evidente trajetória de baixa.

E vai continuar? Em nossa opinião, sim. Ao menos por enquanto. Os dias mais chuvosos serão em Porto Alegre hoje, sábado e domingo, mas não é a chuva que cai na capital que provoca enchente e sim nas bacias dos rios contribuintes.

O que move para cima e para baixo o nível do Guaíba são vazão e vento. Vazão é a água que chega dos rios Jacuí, Taquari-Antas, Sinos-Paranhana, Caí e Gravataí. A vazão destes rios no final da bacia, perto do Guaíba está diminuindo. E não há previsão de vento Sul hoje e no fim de semana para represar o Guaíba no Norte da Lagoa dos Patos.

O problema é a próxima semana. Na semana que vem vai chegar toda a água, e será muita, que vai cair entre hoje e segunda nos rios que desembocam em Porto Alegre. O Guaíba estará mais baixo que agora, o que é uma excelente notícia, mas a segunda onda de vazão pela chuva pode voltar a elevar o nível.

Outro complicador será o vento. Neste fim de semana será de Sudeste a Leste, mas entre segunda e quarta da semana que vem soprará de Sul em vários momentos, coincidindo com a chegada da segunda onda de vazão, o que agrava o risco de aumento e repique de cheia.

Por isso, a MetSul Meteorologia e o IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS) têm insistido sempre que a crise da enchente em Porto Alegre está muito longe do fim. Vai demorar para o Guaíba baixar da cota de transbordamento de 3,00 metros. Em 1941, a enchente durou mais de um mês.

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