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O Guaíba invadiu Porto Alegre na manhã desta segunda-feira ao superar a cota crítica de transbordamento de 3,00 metros no Cais Mauá. O transbordamento ocorreu com as comportas do sistema de contenção de cheias da cidade aberto, o que permitiu que as água avançassem.

Enchente trouxe peixes no bairro Navegantes | JONATHAS COSTA/CORREIO DO POVO 

No bairro Navegantes, perto do Guaíba e antes do sistema de diques da Castelo Branco, um peixe trazido pelas águas da enchente podia ser visto na rua. Com as comportas abertas, as águas conseguiram avançar e alcançaram até a Avenida Voluntários da Pátria, testemunhou o gerente de jornalismo do jornal Correio do Povo Jonathas Costa.

Perto dali, na Avenida Polônia, impressionava a quantidade de água jorrando de um bueiro com o refluxo das águas do Guaíba pela enchente. O bueiro parecia uma fonte com a sua pesada tampa flutuando na água brotando da rede de esgotos. Cerca de cem metros adiante, a meio quilômetro do Guaíba, as águas da cheia saíam pelo meio do calçamento da rua.

As águas do Guaíba refluíram também na área central, no bairro Praia de Belas, outro ponto crítico de refluxo de enchente em cheias de grande porte que atingem a cidade de Porto Alegre. A água se acumulava na altura da churrascaria Garcias.

O Guaíba começou a transbordar no Cais Central, junto ao Centro de Porto Alegre, pouco antes das sete da manhã desta segunda-feira. É a terceira vez neste ano que as águas extravasam no piso do cais, um fato inédito, um vez que desde 1941 somente havia se dado em 1967, 2015 e em duas oportunidades no mês de setembro deste ano.

O nível do Guaíba na medição das 10h da manhã desta segunda-feira estava em 3,05 metros, cinco centímetros acima da cota de transbordamento no Cais Central de Porto Alegre. O nível seguia subindo, mesmo sem represamento pelo efeito do vento que é calmo a fraco.

Com o dado de 3,05 metros, trata-se da terceira maior cheia do Guaíba desde a grande enchente de 1941 (4,76 metros), sendo superada neste instante apenas pelos 3,13 metros de setembro de 1967 e os 3,18 metros de 27 de setembro deste ano.

É fato absolutamente notável e extraordinário o Guaíba atingindo a cota de extravasamento no Centro em duas oportunidades em apenas três meses, sendo que nos últimos 80 anos a marca só havia sido atingido uma vez.  Igualmente excepcional que duas das três maiores cheias desde 1941 tenham ocorrido com intervalo de apenas 50 dias.

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