O Rio Grande do Sul e outras áreas do Sul do Brasil experimentaram durante a primavera e o começo do verão, até parte de janeiro, uma condição de chuva muito irregular e abaixo da média predominantemente que favoreceu estiagem que levou dezenas de municípios a decretar situação de emergência com impacto na agricultura e escassez de água para os consumos humano e animal em algumas localidades.

No decorrer de janeiro, fruto de uma alteração no padrão de circulação geral da atmosfera em escala mundial e da mudança no perfil do fenômeno La Niña, a chuva voltou a cair com volumes mais altos no Sul do Brasil e com acumulados excessivos em vários pontos da região. Muitas cidades gaúchas terminaram janeiro entre 200 mm e 400 mm, e em Santa Catarina e no Paraná foram muitos registros de 300 mm a 500 mmm com marcas até superiores a 500 mm em alguns municípios.

O mês de fevereiro que começa não vai retornar aos padrões de estiagem observado nos últimos meses de 2020 e nos primeiros dias de 2021. A tendência é a manutenção de uma condição mais favorável para chuva. Por isso, grande parte do Sul do Brasil deve terminar fevereiro com precipitações próximas ou acima da média com áreas isoladas de chuva abaixo da média. A tradicional irregularidade da chuva com enorme variabilidade em volumes de um ponto para outro vai persistir porque inerente ao verão e instabilidade ocorrendo numa atmosfera quente.

Os mapas acima, disponíveis na seção de mapas, mostram as projeções de anomalia (desvio) da chuva nos próximos 30 dias separados pela primeira e segunda quinzena, ou seja, chegam até o começo de março por fevereiro ser um mês de apenas 28 dias. Note que a tendência indicada nas duas quinzenas, notadamente na primeira, é de precipitação acima da média na maior parte do Sul do Brasil. No mês, apesar de chover, as precipitações serão deficitárias em muitas áreas do Brasil Central. 

Uma vez que a tendência é de um mês com chuva mais recorrente e precipitações acima da média em muitas áreas, não se deve esperar um fevereiro com muitos extremos de calor. A temperatura, obviamente, estará elevada e os dias abafados na maior parte do mês, entretanto a instalação de uma onde de calor mais prolongada dependeria de período também mais prolongado de tempo seco, o que não se vislumbra. Isso, entretanto, não impede que alguns dias sejam de calor muito intenso, especialmente na segunda metade do mês. 

Uma massa de ar frio ingressa nesta primeira semana de fevereiro, trazendo marcas mais agradáveis no seu final, assim frustrando qualquer onda de calor prolongado e intenso na primeira metade deste mês.