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A ex-presidente da Irlanda, ex-Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos e membro do grupo “The Elders”, Mary Robinson, discursa no dia de abertura da COP 21 Conferência das Nações Unidas sobre mudança climática, em 30 de novembro de 2015 em Le Bourget , nos arredores da capital francesa Paris. | PATRICK KOVARIK/AFP/METSUL METEOROLOGIA

O clima foi tema central do vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul deste ano. Na prova de redação, os candidatos tiveram de dissertar sobre a relação entre as mudanças climáticas e os direitos humanos na prova de redação, aplicada ontem junto com História, Língua Portuguesa, Literatura e Matemática.

O tema proposto partiu de uma entrevista da ex-presidente da Irlanda e Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Mary Robinson, em que apresenta aspectos relativos às mudanças climáticas e à consequente ameaça aos direitos humanos. Na redação, o candidato teve que apresentar seu pronto de vista sobre as ideias de Mary Robinson expressas na entrevista, tendo em mente que, hipoteticamente, seu texto concorre em um projeto cujo vencedor debaterá presencialmente com a ex-presidente da Irlanda.

Primeira presidente mulher da Irlanda, entre 1990 e 1997, e chefe do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU até 2002, Mary Robinson reconheceu em uma palestra do TED que chegou tarde para a questão das mudanças climáticas. O “estalo”, disse ela, aconteceu quando começou a trabalhar em países africanos e assistir na prática a seus efeitos sobre os habitantes daquele continente.

A experiência deixou claro para Mary Robinson a desigualdade do desafio climático no mundo. Enquanto os países ricos, principais causadores da crise, têm plenas condições para resistir aos piores impactos das mudanças climáticas, os países pobres são as principais vítimas e não possuem recursos nem resiliência para suportar as consequências de desastres climáticos. Essa desigualdade é capital para entender as mudanças climáticas como uma grande ameaça aos direitos humanos em todo o mundo.

Mary Robison é hoje líder do The Elders, grupo independente de líderes globais que trabalham pela paz, pela justiça e pelos direitos humanos. O grupo também inclui nomes como o do ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso e o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton. Recentemente, a ex-presidente publicou um livro sobre justiça climática com relatos de efeitos das mudanças no clima em todo o planeta.

Depoimentos de pessoas afetadas pela poluição do ar, de gente que luta para manter suas terras diante de marés cada vez mais altas ou de agricultores que sofrem com períodos de seca prolongados estão entre as histórias que Mary Robinson recolheu ao redor do mundo durante os anos em que participou de debates e congressos sobre direitos humanos e clima.

O livro, escrito pela ex-presidente da Irlanda, é uma das primeiras e principais obras sobre o assunto. Lançado no Brasil por iniciativa do Instituto Alana e da rede de juristas LACLIMA, com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS) e do Consulado Irlandês, traz histórias comoventes e inspiradoras vindas da Irlanda, do Quênia, da Lapônia, dos Estados Unidos, do Vietnã e de Kiribati. A autora fez um prefácio especialmente para a edição brasileira, que foi produzida pela Editora Record.

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