Clima durante o período vegetativo colaborou para que o Brasil tenha uma grande safra de soja em 2021 | Silvio Avila/AFP/MetSul Meteorologia

Nos campos de soja do Brasil, máquinas a todo vapor completam uma colheita anual que promete ser excepcional graças ao aumento da área plantada, clima favorável e maior produtividade.

A safra do maior produtor e exportador mundial de oleaginosas deve aumentar 8,6% este ano em relação ao ano passado, que já foi recorde, alcançando 135,5 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A superfície plantada com soja no Brasil cresceu 4,1%, atingindo 38,5 milhões de hectares.

Essa expansão só foi possível “utilizando áreas de pastagens degradadas”, que não são mais adequadas para a pecuária, explicou à AFP Daniel Furlan Amaral, economista da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

Além disso, “na divisa com o Uruguai, muitos produtores de arroz, que depois da safra ficavam dois anos sem plantar, agora fazem rotação com soja”, segundo Décio Teixeira, presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) do estado do Rio Grande do Sul, um dos principais fornecedores nacionais de oleaginosas. Isso é possível graças às “variedades que resistem mais a certa umidade”, indica.

A safra brasileira de soja também deve aumentar sua produtividade em 4,3% em relação à safra anterior e atingir um rendimento médio de 3.523 kg por hectare.

As condições climáticas se equilibraram durante o ciclo vegetativo e acabaram favorecendo a cultura. Apesar de chuva escassa no começo e no final do período de safra, janeiro que é crucial no ciclo vegetativo teve chuva favorável no Sul do Brasil, o que a MetSul havia previsto na sua projeção de verão para o assinante.

O setor será beneficiado neste ano pela alta de preços no mercado nacional e internacional, impulsionada pela explosão da demanda, principalmente na China, principal destino da soja brasileira.