Uma área de baixa pressão que evolui de Minas Gerais para o Oceano Atlântico pode dar origem a um ciclone subtropical neste fim de semana na costa do Sudeste do Brasil, no litoral do estado do Espírito Santo. Os modelos numéricos analisados pela MetSul Meteorologia apontam o aprofundamento de uma área de baixa pressão nos próximos dias junto ao litoral do estado do Espírito Santo.

É importante enfatizar que não se trata de um novo ciclone bomba que se caracteriza por muito rápida intensificação (queda da pressão central de ao menos 24 hPa em 24 horas). O que os modelos indicam é um ciclone de características subtropicais, e áreas de baixa pressão são por natureza ciclônicas, e que não chegaria a se muito profunda com nenhum dado indicando pressão mínima central abaixo de 1.000 hPa.

Diagramas de fase da Universidade da Flórida (EUA) a partir dos dados do modelo da Marinha dos Estados Unidos gerados para este sistema indicam que durante parte do seu tempo de vida poderia atingir status de tropical, mas deve ser uma baixa subtropical no momento inicial.

Mesmo assim, este tipo de sistema exige muita atenção porque trajetória e intensidade em ciclones subtropicais e, principalmente, tropicais podem mudar muito em questão de horas, dependendo do ambiente oceânico (temperatura do mar) e divergência de vento (shear) na atmosfera.

A área de baixa pressão deve trazer muita chuva em diversos pontos de Minas Gerais, especialmente o Centro e o Leste do Estado, além do risco alto de temporais com pancadas localmente torrenciais com altos volumes em curtos períodos, além do risco de granizo e vento forte. O estado mais atingido, entretanto, deve ser o Espírito Santo com chuva volumosa e que pode exceder 100 mm em diversos municípios. Por efeito de orografia (relevo), algumas áreas podem ter até 150 mm a 200 mm. Com isso, alerta-se para o risco de inundações relâmpago e a possibilidade de deslizamentos de terra em áreas de encostas. Pode ainda ventar com rajadas de 60 km/h a 80 km/h, especialmente em áreas costeiras.

A tendência, como destacado, é que seja uma baixa não muito profunda e de natureza subtropical, o que configuraria uma depressão subtropical. Esse tipo de sistema não recebe nome. Se, por hipótese, o sistema superar o estágio de depressão e passar ao de tempestade, com vento médio sustentado acima de 60 km/h, o que não é provável pelos dados de hoje, aí receberia um nome e que seria Mani pela lista da Marinha do Brasil.