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Ciclone extratropical sobre o Atlântico Sul e frente fria associada alcançando o estado da Bahia na imagem de satélite da manhã deste sábado | ZOOM EARTH

Uma área de baixa pressão associada à frente fria impulsionada por uma grande massa de ar frio se aprofundou durante as últimas horas e, como era previsto, converteu-se em um ciclone extratropical em mar aberto no Atlântico Sul, a uma grande distância do continente, na altura das latitudes do Uruguai e do Rio Grande do Sul.

O grande ciclone extratropical, em dimensão, não chega a ser intenso. De acordo com análise dos modelos numéricos do começo deste sábado, o sistema no Atlântico Sul tem uma pressão mínima atmosférica em seu centro de 993 hPa. Embora não sendo intenso, o ciclone mexe com o tempo do Sul ao Nordeste do Brasil.

Normalmente, os ciclones extratropicais atuam em latitudes mais ao Sul, em regra no litoral da Argentina. Como esta área de baixa pressão está posicionada mais ao Norte, a frente fria associada consegue avançar até latitudes baixas da América do Sul e chega ao Nordeste do Brasil. Por isso, o sistema frontal traz chuva e temporais para a Bahia, para onde a MetSul emitiu um alerta de chuva volumosa, incluindo a capital Salvador.


A circulação de nebulosidade ciclônica alcança o Leste dos três estados do Sul do Brasil e ainda áreas mais ao Sul, perto da costa, dos estados da Região Sudeste. A circulação marítima é que traz desde ontem chuva e garoa para pontos do Leste do Rio Grande do Sul como a Serra, a Grande Porto Alegre e os litorais, o que vai persistir durante este fim de semana.

Os volumes de precipitação decorrentes da circulação ciclônica não chegam a ser altos, uma vez que em muitos locais a instabilidade não passa de garoa ou chuva leve. Isoladamente, pode ocorrer chuva moderada a forte de caráter passageiro. Na Sexta-Feira Santa, por exemplo, alguns bairros de Porto Alegre tiveram 2 mm e em Canoas choveu até 4 mm ao longo do dia.

Vento

Vento não é uma preocupação com a atuação deste ciclone extratropical. A previsão aponta vento predominantemente fraco na área continental. A grande distância do sistema em mar aberto e o fato de o gradiente de pressão atmosférica não ser muito alto não favorecem vento mais forte. Onde deve ventar intensamente é perto do centro do sistema no oceano, logo o risco é apenas para embarcações em alto mar e a uma grande distância da costa do Sul do Brasil.

Mar agitado

O ciclone gera uma pista de vento em alto mar. Que se soma à agitação marítima gerada pelo ingresso de ar frio que ontem provocou ressaca em algumas praias de Santa Catarina e Paraná, como Matinhos. Por isso, a tendência é de o mar seguir agitado entre os litorais Nordeste de Santa Catarina e do Rio de Janeiro com ressaca em alguns pontos e elevação da maré que pode causar alagamentos costeiros.

Evolução do ciclone

O ciclone não vai avançar em direção ao continente. Ao contrário, a tendência é de se afastar. Nas próximas 24h a 48h, a previsão é que o ciclone extratropical se mova no sentido Leste e Sudeste, distanciando-se da América do Sul. O sistema pode passar por pequena intensificação, mas à medida que se distancia da região continental não há expectativa de consequências maiores no tempo.

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