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O avanço de uma frente fria pelo interior do continente induziu instabilidade que trouxe chuva nesta quarta-feira em diversos pontos do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Os volumes não foram altos e as precipitações se mostraram muito irregulares, mas a chuva alivia a secura e ajuda a conter o fogo na região. O jornalista Leandro Barbosa, que faz cobertura especial da temporada de fogo na região com apoio de crowdfunding, registrou a alegria com a chuva na região pantaneira.


A previsão da MetSul Meteorologia é de que pancadas de chuva sejam registradas em diferentes pontos do Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso nesta quinta-feira com a atuação da frente fria, mas, novamente, as pancadas serão localizadas e irregulares na distribuição. A chuva deve chegar até ao Sul de Goiás.

Entre os dias 10 e 14 de setembro, o tempo seco predomina no Centro-Oeste e deverá chover apenas de forma muito isolada em razão do forte calor, notadamente no Mato Grosso. Já entre os dias 15 e 17 deste mês, o deslocamento de uma nova frente fria outra vez trará chuva, especialmente no Mato Groso do Sul e no Oeste do Mato Grosso, e mais uma vez as pancadas devem ser localizadas e passageiras.

Grande incêndio no Pantanal

Quatro mil hectares foram atingidos pelo fogo apenas entre 31 de agosto e 1º de setembro por um incêndio florestal ativo na região da rodovia Transpantaneira, localizada no Pantanal mato-grossense. Iniciado em 28 de agosto, o incêndio consumiu mais de 7 mil hectares em cinco dias. Os dados são de uma análise do Instituto Centro de Vida (ICV) com base em dados do Global Fire Emission Database (GFED)/NASA.

O número alarma mesmo diante da diminuição registrada no fogo na porção do bioma neste ano no estado em comparação às tragédias de incêndios florestais no bioma em 2020.

No ano passado, o período de janeiro a agosto somou 940 mil hectares queimados no Pantanal de Mato Grosso, enquanto 2021 contabiliza 88 mil. Em todo o bioma localizado no território brasileiro, 2020 registrou o impacto em 3,9 milhões de hectares, o correspondente a 27% de sua área total.

Desde o início do ano até 31 de agosto, 547,2 mil hectares foram afetados, mas as áreas se concentram no estado vizinho, Mato Grosso do Sul. Do total de área queimada o até 31 de agosto no bioma, 458,5 mil hectares (84%) das áreas incidem em Mato Grosso do Sul e 88,7 mil (16%) em Mato Grosso.

Menos fogo em 2021

A área total atingida pelo fogo em Mato Grosso de janeiro até o dia 31 de agosto é de 2,14 milhões de hectares, o que representa uma diminuição de cerca de 22% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o estado teve incendiados 2,7 milhões de hectares. O número representa uma área total equivalente a seis vezes e meia a área do município de Cuiabá, ou 14 vezes o município de São Paulo.

Entre os biomas, Amazônia e Cerrado lideram e mantêm o mesmo ritmo de pressão pelo fogo do ano passado. Apenas o Pantanal registrou diminuição. Foram mais de 1 milhão de hectares atingidos na Amazônia (51%), seguida do Cerrado com 956,3 mil hectares (45%) do Pantanal com 88,7 mil hectares (4%). A maior parte do total, o equivalente a 62%, teve início já no período proibitivo, quando se decreta a proibição de uso de fogo em todo o estado.

Do total, foram 813,1 mil hectares atingidos por incêndios até o dia 30 de junho. Pra áreas onde são previstas autorização de queima controlada, os imóveis rurais cadastrados no Cadastro Ambiental Rural (CAR), apenas 7% das áreas incendiadas tiveram algum tipo de autorização expedida pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema/MT).

O número considera também o ocorrido desde o início do período proibitivo, quando todo uso de fogo é proibido e é a época mais crítica de incêndios florestais no estado.

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