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Uma corrente de vento de Leste/Sudeste gerou um forte fluxo de umidade que ao encontrar a região montanhosa da Serra do Mar gerou o que chamamos de chuva orográfica, cuja relação com relevo gera grandes volumes de chuva. Antes de mais nada esse tipo de chuva não surpreende na região por ter mesmo essa peculiaridade de ao Leste da cadeia de montanhas ter cidades próximas ao mar  e praticamente ao nível do mar em Santa Catarina. Como resultado a umidade sobe a montanha como vapor e desce na forma de chuva, muita chuva aliás. Foi o que ocorreu entre  o fim da tarde de ontem e começo desta quinta-feira em cidades do Leste e Nordeste de Santa Catarina, principalmente.  No mapa abaixo, em destaque,  é possível ver grande concentração de água precipitável na faixa Leste de Santa Catarina devido a chegada da umidade do mar transportada pelo vento.

Como resultado o volume de chuva foi excessivo em poucas horas. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia e do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres registraram acumulados de quase 1 mês em poucas horas. Nesse interim a média mensal de precipitação de março oscila em tono de 150 mm. Em Itapema choveu cerca de 180 mm em menos de 12 horas, seguido de Tijucas que teve 167 mm, Itajaí com 165 mm, Canelinha com 121 mm, São Pedro de Alcântara com 120 mm, Porto Belo com 111 mm e Bombinhas com 103 mm. Em Palhoça, São José, Garopaba e Timbé do Sul choveu em torno de 60 a 80 mm em diversos pontos.

Ao mesmo tempo em Itapema as aulas da rede pública forma suspensas devido a impossibilidade de se deslocar por alguns bairros da cidade devido aos amplos alagamentos. Foi muita chuva num curto espaço de tempo. Além dos alagamentos foram registradas queda de árvores, pontes tiveram as estruturas abaladas havendo necessidade de interdição. Inicialmente a defesa civil avalia que há cerca de 70 desabrigados na cidade. Em Itajaí foram muito alagamentos com deslizamentos de terra em alguns pontos com dificuldade da população para se deslocar pela cidade. O município de Timbé do Sul irá decretar situação de emergência. O nível do principal rio da cidade subiu mais de 4 metros invadindo casas e danificando pontes.

Os vídeos são impressionantes  e as imagens “falam por si só” com inundações de grandes proporções que arrastaram carros e fizeram ruas virar rios no começo da manhã desta quinta-feira.

INSTABILIDADE SEGUE NA REGIÃO NOS PRÓXIMOS DIAS

Seja como for entre hoje e amanhã pode voltar a chover forte em curtos períodos nessas cidades e, embora, a água tenha baixado em muitas áreas a situação preocupa ainda.  Modelos de alta resolução WRF indica para as próximos 72 horas a possibilidade de acumulados altos de chuva para áreas que já tiveram transtornos. Parte desse volume já se deu hoje, mas ainda tem mais chuva para chegar, inclusive nas próximas horas desta quinta-feira. Além disso, a chegada de uma frente fria no fim de semana, especialmente no domingo tende a reforçar a instabilidade de forma que as pancadas de chuva atingir em vários dias pela frente. Portanto, o quadro é ainda de atenção e monitoramento.