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A primeira metade de agosto terminará com temperatura abaixo da média, resultado de vários dias de temperatura baixa, sobretudo as máximas, apesar de algumas jornadas de calor à tarde. A semana começou gelada no Estado. No domingo, as mínimas foram negativas em Quaraí (-1,5ºC) e Livramento (-1,0ºC). Fez ainda 0,5ºC em Bagé e Santa Rosa, 1,1ºC em Santiago, 1,3ºC em São Luiz Gonzaga, 1,4ºC em Uruguaiana, 1,6ºC em Jaguarão, 1,8ºC no Chuí, 2,0ºC em São Borja, 2,1ºC em Santa Vitória do Palmar, 2,4ºC em Rosário do Sul, 2,5ºC em Alegrete, 2,7ºC em São Gabriel, 2,8ºC em Canguçu e 2,9ºC em Três de Maio. Nesta segunda, novamente, houve o registro de marcas negativas com Santa Rosa (-1,6ºC) e Livramento (-0,3ºC). Fez ainda 0,2ºC em Quaraí, 0,3ºC em Canela, 0,4ºC em Três de Maio e André da Rocha, e 0,6ºC em Santo Ângelo.


Nevou na noite de sábado para domingo no distrito do Cruzeiro (1500 metros de altitude), no interior do município catarinense de São Joaquim. Aqui no Rio Grande do Sul não houve qualquer registro confirmado do fenômeno, o que confirma o excesso de cautela que demonstramos nas previsões (reproduções abaixo do meu Twitter) diante do noticiário da mídia que deu um grande destaque à possibilidade de neve, desproporcional à probabilidade dos flocos caírem, tanto que orientamos os veículos que trabalham conosco a dar muito mais relevo em suas coberturas à chuva com menções menores de neve. Atentem que numa era em que existem câmeras em que tudo que é celular, não houve uma foto sequer de neve neste fim de semana, ao passo que no evento de julho foram dezenas de fotos. Na quarta-feira há possibilidade de nevar nos Aparados e no Planalto Sul Catarinense, não se descartando chuva congelada em outros pontos de altitude da Metade Norte gaúcha e Oeste e Meio-Oeste catarinense, mas a força do ar frio é muito menor que a do evento de julho. O que precisa ser refinado no prognóstico de curto prazo quanto à quarta-feira será a possibilidade ou não de neve com acumulação em alguns pontos mais altos, já que é interessante que a precipitação será mais robusta com temperatura negativa entre 1500/2000 m de altitude.

A semana começa ainda sob os efeitos da chuva volumosa e até excessiva ocorrida entre sexta e as primeiras horas do domingo, quando caíram 131 mm em São Francisco de Paula, 118 mm em Canela, 115 mm em São José dos Ausentes e 109 mm em Torres. No Sul Catarinense, quase todas estações da região acusaram mais de 100 mm com acumulados pontuais superiores a 150 mm. Lauro Muller decretou emergência pela chuva e alagamentos foram generalizados. No Rio Grande do Sul, a forte chuva ocorrida na Serra trouxe cheia ou transbordamentos de arroios com alagamentos em Lindolfo Collor e Ivoti.


Vários municípios do Sul catarinense enfrentaram alagamentos durante o fim de semana – Rádio Som Maior News


Município de Lindolfo Collor amanheceu domingo com alagamentos na área urbana – Moacir Clemente do Grupo Sinos

Os próximos dias exigem ao menos atenção com as bacias do Caí e, sobretudo, dos rios dos Sinos e Gravataí. O Sinos estava em 2,5 metros na sexta-feira em São Leopoldo, foi a 2,7 metros no sábado e no domingo o nível saltou para 3,9 metros. Hoje de manhã estava em 4 metros. A tendência é que continue subindo e pode ser alcançada a cota de cheia de 5 metros em São Leopoldo na segunda metade da semana, mas não se espera uma grande cheia. O quadro tem risco de se complicar pela volta da chuva nesta terça-feira e quarta para as bacias dos rios do Nordeste gaúcho. Já pode chover nesta segunda à noite de forma esparsa entre o Centro e o Norte do Estado, amanhã a instabilidade afeta a maioria das regiões (especialmente a Metade Norte) e na quarta-feira mais as Metades Norte e Leste ao passo que aberturas ocorrem em outros pontos do Estado.


Na quinta-feira, ainda tem risco de chuva localmente forte nos Aparados da Serra, Litoral Norte gaúcho e no Sul catarinense ao mesmo tempo que o sol aparece com nuvens nas demais regiões gaúchas no decorrer do dia. Novamente os maiores volumes entre amanhã e a quinta-feira vão se concentrar no Norte e no Nordeste do Rio Grande do Sul e no Sul de Santa Catarina com acumulados acima de 50 mm em muitos locais e próximos ou superiores a 100 mm em pontos localizados, o que traz risco de alagamentos, queda de barreiras em rodovias da região, deslizamentos de terra, e subida de rios e arroios.


A instabilidade decorrerá no primeiro momento de uma frontogênese (formação de frente fria) entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, mas será reforçada por um cavado (área de menor pressão atmosférica que vai se acentuar no Sul do Brasil). Com o ingresso de ar frio amanhã e ainda instabilidade, a terça-feira inteira será fria no Rio Grande do Sul com queda de temperatura durante o dia e marcas à tarde menores que de manhã em diversos locais, possivelmente de um dígito na maioria das regiões e até em Porto Alegre à tarde. Mais uma vez será um evento muito mais marcado por máximas baixas que mínimas em valores extremos e, tal como neste começo de semana, o Sul e o Oeste devem registrar as menores marcas. O vento aumentará a sensação de frio e tende a se intensificar na quarta e no começo da quinta, sobretudo no Litoral Norte.