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Chuva beneficiou lavouras após semanas de precipitação abaixo da média | ANTONIO WERNER

A chuva associada às pancadas de verão da segunda-feira e, principalmente, da passagem da frente fria pelo estado entre o final da segunda e ontem fizeram com que o campo gaúcho respirasse aliviado depois de um período de duas a três semanas com precipitação abaixo da média.

Os acumulados de chuva em estações oficiais do Instituto Nacional de Meteorologia até o final da manhã desta quarta-feira foram de 105 mm em São Gabriel, 102 mm em Santo Augusto, 80 mm em Passo Fundo, 77 mm em São Luiz Gonzaga, 76 mm em Canela, 75 mm em Erechim, 73 mm em Serafina Corrêa, 70 mm em Teutônia, 63 mm em Bagé, 53 mm em Livramento, e 52 mm no Chuí.

Choveu ainda nas estações oficiais 48 mm em Santiago e em Bento Gonçalves, 42 mm em Cruz Alta, 38 mm em São Borja, 36 mm em Santa Maria, 35 mm em Lagoa Vermelha, 31 mm em Rio Pardo e em Palmeira das Missões, e 30 mm em Porto Alegre e Tupanciretã.

Pluviômetros do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) anotaram também até o final da manhã desta quarta acumulados de até 109 mm em Passo Fundo e 104 mm em Horizontina. Vários produtores rurais relataram que em suas propriedades choveu perto e acima de 100 mm no Noroeste e no Norte do estado.

A chuva neste momento foi fundamental para a safra de verão, uma vez que se trata do período de maior demanda hídrica da soja, que vai do fim de janeiro ao começo de março. Lavouras de milho, mais sensíveis à falta de chuva, também experimentavam estresse nas lavouras pelas precipitações escassas.

Embora a presença ainda de El Niño no clima, o período de precipitações abaixo ou muito abaixo da média não chegou a surpreender, uma vez que os efeitos do fenômeno são mais pronunciados nas estações de transição (primavera e outono) e menos no verão. A chuva, ademais, é por natureza mais irregular no verão gaúcho.

No prognóstico para a estação, em dezembro, a MetSul expressamente pontuou em sua tendência climática a “possibilidade de no decorrer da estação, especialmente em janeiro e parte de fevereiro, que se registrem períodos de pouca chuva ou até de precipitações escassas com impacto na produção agrícola em algumas regiões”.

METSUL

As notícias, entretanto, não são boas a partir de agora. Os dados mostram que, passado este episódio de chuva, a tendência é de precipitação abaixo da média na maior parte do Rio Grande do Sul. O mapa acima mostra a projeção de chuva para os próximos dez dias do modelo europeu, disponível ao assinante (assine aqui) em nossa seção de mapas.

Como se observa, a chuva deve ser escassa nos próximos dez dias na maior parte do Rio Grande do Sul. Somente área mais ao Norte do estado devem ter acumulados maiores de precipitação e parte da chuva indicada para o Norte gaúcho se refere ao dia de hoje. Assim, não fosse a chuva dos últimos dois dias, a situação teria se tornado grave no campo gaúcho.

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