Volumes muito altos de chuva são registrados em parte do Sul do Brasil desde o começo desta semana por conta de áreas de baixa pressão atmosférica (cavados) com os maiores acumulados em Santa Catarina, onde em alguns municípios os registros pluviométricos já superam 150 mm, de acordo com dados de estações meteorológicas.

Conforme registros da Epagri-Ciram, até o começo da tarde desta terça-feira, a chuva atingia 164 mm em Schoereder, 156 mm em Joinville, 137 mm Garuva e 117 mm em Itapoá, todos municípios do Nordeste catarinense. No extremo Oeste, na fronteira com a Argentina, Dionísio Cerqueira somou 100 mm. No Sul, junto ao paredão da Serra do Mar, Praia Grande acumula 127 mm.

A chuva já causa alguns transtornos e que devem crescer com o passar das horas à medida que a instabilidade aumenta entre hoje e amanhã com a intensificação da instabilidade que vai trazer chuva mais forte. Em Gaspar, dois deslizamentos de terra já foram registrados e a prefeitura local adverte para o risco de novas ocorrências de escorregamento de terreno em encostas.

A persistência da chuva traz alto risco de deslizamentos em cidades do Sul, do Leste e da área Nordeste do território catarinense. Os rios devem ser atentamente observados pelo risco de forte elevação em algumas regiões, como o Vale do Itajaí, onde já choveu muito em algumas cidades.

O mapa abaixo mostra a projeção de chuva do modelo WRF até 21h de quinta-feira no Sul do Brasil, mas os maiores volumes de chuva se concentram entre hoje e amanhã com tendência de melhora do tempo na maioria das áreas na quinta-feira. As projeções do WRF são atualizadas duas vezes ao dia e podem ser acessadas pelo assinante em nossa seção de mapas.

Observa-se na projeção de chuva que os acumulados em alguns pontos de Santa Catarina vão ficar acima de 100 mm com marcas acima de 200 mm em pontos isolados do Sul, perto da Serra, e no Nordeste catarinense. Somando-se ao que já caiu, é possível que alguns municípios de Santa Catarina somem apenas nesta semana marcas acima de 250 mm ou 300 mm.

Os mapas de chuva dos modelos também projetam elevados volumes de chuva no Paraná com mais de 100 mm em alguns pontos. Os maiores acumulados devem se dar no Leste do estado paranaense com maior risco de chuva excessiva no litoral e nas encostas junto à Serra do Mar, também com risco de alagamentos e deslizamentos.

No Rio Grande do Sul, os maiores volumes de chuva se concentram no Nordeste gaúcho, em particular entre a Serra e o Litoral Norte. Os mais altos acumulados, e potencialmente altos, são esperados no Litoral Norte entre Terra de Areia e Torres com chance de alagamento e de queda de barreiras em encostas.