No começo do ano, as imagens do Rio Uruguai na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul eram de seca com o manancial com seu nível muito abaixo do normal pela severa estiagem e com paisagens quase irreconhecíveis. Hoje, a realidade é muito diferente e parte da bacia está no momento em situação de cheia.
O nível do Rio Uruguai seguia subindo na tarde de hoje São Borja. De acordo com medição feita às 12h45, o nível se encontrava em 7,64 metros. Até o momento, o maior nível que o rio havia atingido no ano foi no dia 27 de março com 7,39 metros.
Com a subida do Uruguai, o cais do porto em São Borja já registrava alagamentos nesta quarta-feira. O alerta fica para o nível acima de 8 metros, quando as águas alcançam algumas estradas no interior do município. Medições feitas no lado argentino, em Santo Tomé, indicavam na tarde de hoje até 8,26 metros com tendência de subida.
A previsão de curto prazo é que o Rio Uruguai siga subindo em São Borja. Isso porque os dados da Prefeitura Naval da Argentina mostram que em pontos mais ao Norte da bacia, como em Garruchos e Porto Xavier, as águas ainda se elevam na tarde de hoje. A perspectiva é de elevação também em Itaqui e Uruguai nos próximos dias com a descida das águas do Noroeste do Rio Grande do Sul.
A cheia do Rio Uruguai é consequência do episódio de chuva volumosa do começo da semana que trouxe altos acumulados de precipitação no Noroeste e no Norte do Rio Grande do Sul, no Oeste de Santa Catarina, e na província argentina de Misiones, justamente as áreas que a MetSul havia indicado que choveria muito.
De acordo com dados de estações do Instituto Nacional de Meteorologia, a chuva acumulada chegou a 120 mm em Dionisio Cerqueira, 86 mm em São Luiz Gonzaga, 69 mm em Xanxerê e 61 mm em Chapecó. A Epagri anotou 77 mm em Itapiranga e 95 mm em Mondaí.
A previsão do tempo para os próximos dias na bacia do Rio Uruguai é de predomínio de tempo firme com muitos dias seguidos de sol. A chuva retornaria ao redor do feriado de 21 de abril. Assim, sem nenhum novo episódio próximo de chuva excessiva não há perspectiva de um agravamento maior da cheia que é de pequena dimensão.