O Centro da América do Sul é a região mais quente do planeta nas tardes (hora local) de hoje, amanhã e do fim de semana. Uma massa de ar extremamente quente cobre a região e provoca calor extremo na Argentina, Uruguai e no Rio Grande do Sul desde o começo da semana com marcas históricas e quebras de vários recordes.

A onda de calor ingressa na sua fase mais extrema no Centro da América do Sul a partir desta quinta-feira com expectativa de novos recordes de máximas na Argentina, Uruguai e no Rio Grande do Sul. A temperatura ontem chegou a 45,0ºC em Rivadavia, na Argentina, a mais alta até agora neste evento extremo de temperatura. San Antonio Oeste, no Norte da Patagônia, anotou uma máxima de 44,0ºC. No Uruguai, a temperatura se aproximou de 42ºC na região de Salto.

Na Argentina, as máximas nesta quinta serão parecidas ou mais altas que as da quarta-feira, mas o pior é esperado para amanhã, sexta. A temperatura na cidade de Buenos Aires na tarde de amanhã pode bater a marca de 41,1ºC de anteontem, a segunda maior da história da capital argentina desde o começo das medições em 1905, somente atrás do registro de 43,3ºC de janeiro de 1957. Recordes de calor cairão como dominós na Argentina ao longo da sexta.

No Rio Grande do Sul, a MetSul antecipa que o calor aumenta ainda mais nesta quinta e que o dia será tórrido na maioria das regiões gaúchas com calor histórico em algumas cidades. As marcas vão ser excepcionais no Oeste com até 41C a 43ºC, perto da maior máxima já anotada no Estado em um século de observações que é de 42,6ºC, de Alegrete (1917) e Jaguarão (1943).

Não é incomum que quando é tarde na América do Sul pelo fuso horário a região registre as maiores temperaturas do planeta no horário nesta época do ano. Isso não significa, contudo, que seja a região mais quente do planeta no dia. No outro lado do mundo, máximas ainda mais altas que as da América do Sul foram observadas na Austrália, quando é madrugada aqui.

A Austrália igualou hoje a maior temperatura da sua história, conforme dados preliminares e sujeitos à revisão, com o aeroporto de Onslow, perto da remota cidade de Onslow, na Austrália Ocidental, registrando 50,7°C. A marca foi alcançada pouco antes das 14h30, hora local, nesta quinta-feira.

A temperatura de hoje é a maior da história no estado australiano de Austrália Ocidental (WA) e iguala o recorde nacional de 50,7ºC de Oodnadatta, no deserto de Outback do estado da Austrália Meridional (SA), em 2 de janeiro de 1960.

A marca de 50,7ºC é ainda a maior para o Hemisfério Sul em todos os tempos e a mais alta no planeta em janeiro já medida. Na América do Sul, o recorde de máxima reconhecido oficialmente pela Organização Meteorológica Mundial é de 48,9ºC em Rivadavia, Argentina, em 11 de dezembro de 1905.

Outras duas estações da Austrália Ocidental registraram máximas acima de 50ºC nesta quinta, de acordo com o Bureau de Meteorologia (BoM) australiano. Os termômetros indicaram 50,5ºC em Roebourne e Mardie. A estação de Mardie já havia superado os 50ºC uma vez, em 19 de fevereiro de 1998. Com isso, dos cinco mais altos registros de máxima da história do país e acima de 50ºC três ocorreram apenas hoje. A Australia possui dados desde 1910.