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A MetSul Meteorologia alerta para um cenário preocupante de chuva excessiva neste final do mês de novembro com acumulados significativamente altos de precipitação. Os volumes muito altos de chuva são projetados para setores das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil, onde a última semana de novembro deve trazer acumulados muito altos de precipitação com alto risco de transtornos.

O mapa de chuva para sete dias do modelo meteorológico alemão Icon ajuda a entender o que se desenha de cenário de instabilidade nesta reta final do mês de novembro. Áreas de mais alta pressão devem inibir a ocorrência de chuva na maior parte do Rio Grande do Sul, Nordeste da Argentina e no Paraguai.

Com isso, a tendência é de o canal primário de umidade da América do Sul, que traz ar úmido da região amazônica, esteja mais deslocado em direção ao Sudeste do Brasil. A presença de ar mais frio no Oceano Atlântico com uma alta pressão de quase 1.030 hPa, ademais, favorecerá o aporte de umidade em direção ao continente e estimulará a ocorrência de chuva.


O Centro do Brasil está nas semanas iniciais de sua estação chuvosa e, com isso, é normal que se registrem episódios de instabilidade com chuva mais frequente. Estes últimos dias do mês de novembro, entretanto, devem trazer precipitação acima das médias históricas desta época do ano em diversos estados.

Serão vários dias seguidos de instabilidade no Sudeste do Brasil e em parte do Nordeste. A chuva, entretanto, não será constante e ocorrerão momentos de melhoria. Cidades mais perto da costa é que devem ter nebulosidade e chuva mais frequentes e persistentes neste fim de mês, como é o caso do Rio de Janeiro.

Os volumes muito altos de chuva poderão trazer transtornos e riscos para a população. São projetados acumulados capazes de gerar alagamentos e inundações, mas o maior risco sempre é o de deslizamentos de terra em áreas de encostas, o que será favorecido não só pela chuva volumosa como pela persistência das precipitações por muitos dias.

A instabilidade favorecerá ainda temporais isolados bastante frequentes com risco de chuva localmente torrencial, queda de granizo e vento forte. Estes eventos podem despejar grandes volumes de água em curto período, agravando o risco de transtornos para a coletividade nas áreas mais afetadas.

Chuva volumosa no Sudeste

O Sudeste do Brasil é a área do país que mais preocupa neste fim de novembro, seja pela sua maior densidade populacional, seja pelos altos volumes previstos para uma zona abrangente da região. Os modelos numéricos estão em razoável acordo em indicar que grande número de municípios da Região Sudeste deve ter um final de novembro e começo de dezembro muito chuvoso.

O mapa acima mostra a projeção de chuva do modelo europeu para dez dias no Centro-Sul do Brasil. De acordo com as projeções, os mais altos volumes de chuva tendem a se concentrar durante a última semana de novembro no Sul e no Leste do estado de São Paulo, no Rio de Janeiro, em parte de Minas Gerais e no Espírito Santo.

Os acumulados de chuva previstos pelos modelos numéricos até o fim de novembro deverão ficar entre 100 mm e 200 mm em muitas localidades destas áreas de maior risco, entretanto com volumes em alguns pontos mesmo de 200 mm a 300 mm. Isoladamente, mesmo marcas superiores não são afastadas até o final do mês.

A cidade de São Paulo, por exemplo, está no começo de um longo período de instabilidade. As mais recentes projeções indicam uma prolongada sequência de dias de tempo instável e com chuva na capital paulista que não prosseguir ao menos até o começo de dezembro, conforme os mais recentes dados.

A chuva, em alguns momentos, neste final de novembro e no início de dezembro tende a ser moderada a forte na cidade de São Paulo. A sucessão de dias chuvosos e com períodos de maior intensidade deve contribuir para elevados volumes. A saída do modelo europeu das 12Z desta quarta, por exemplo, indica quase 200 mm na capital paulista até o início de dezembro.

Já na cidade do Rio de Janeiro o cenário é semelhante. Está no início uma sequência bastante longa de dias de instabilidade com abundante nebulosidade e chuva muito frequente que, por vezes, deve ser moderada a forte com risco de pancadas torrenciais na capital fluminense. Outras áreas do Rio também devem ter chuva volumosa, como a Costa Verde e a Região Serrana.

Alerta no Sul do Brasil

Volumes muito altos de chuva devem ser esperados neste fim de novembro no Leste de Santa Catarina e do Paraná. As áreas em que são esperados os mais altos índices de precipitação são o Nordeste de Santa Catarina, em locais de Florianópolis até a divisa com o Paraná, o que inclui a região de Joinville, e o litoral do Paraná.

Projeções indicam períodos de chuva nesta segunda metade da semana no Leste e Nordeste de Santa Catarina e do Paraná, mas, de acordo com as simulações, a instabilidade seria maior a partir do fim de semana e, especialmente, durante a próxima semana que terá chuva bastante persistente e frequente e com volumes muito altos em alguns momentos por pancadas fortes.

Os acumulados de chuva devem ser particularmente altos no setor Nordeste de Santa Catarina com marcas excessivas. A saída das 12Z de hoje do modelo meteorológico europeu projetou 330 mm para a área de Joinville nos próximos dez dias.

Como é comum em projeções por parte de modelos, a chuva em alguns lugares deve ficar abaixo e acima da projeção, uma vez que volumes de precipitação não são uniformes. Em se tratando de um indicativo de possibilidade de chuva acima de 300 mm, naturalmente há risco neste fim de novembro e no início de dezembro de inundações, cheias de rios com enchentes e deslizamentos de terra no setor Nordeste catarinense.

Chuva orográfica agrava risco de volumes extremos

O cenário que se esboça para os próximos dez dias inclui chuva de natureza orográfica, ou seja, induzida pelo relevo. Os acumulados em diversas cidades da costa e da Serra do Mar serão expressivos de Santa Catarina ao Rio de Janeiro.

O que coorre na chuva chamada de orográfica? Umidade que vem do oceano ao encontrar a barreira do relevo da Serra, ascende na atmosfera e encontra temperatura mais baixa. Isso leva à condensação e à ocorrência de chuva induzida pelo relevo.

Episódios de chuva orográfica são de alto risco porque costumam trazer acumulados de precipitação localmente muito altos e que não raro até acabam superando as projeções dos modelos numéricos. Os litorais de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro são os de maior risco de eventos de chuva extrema de natureza orográfica no Brasil com histórico de desastres por chuva extrema induzida pelo relevo.

Como consultar os mapas

Todos os mapas de chuva neste boletim podem ser consultados pelo nosso assinante (assine aqui) na nossa seção de mapas. A plataforma oferece ainda mapas de chuva, geada, temperatura, risco de granizo, vento, umidade, pressão atmosférica, neve, umidade no solo e risco de incêndio e raios, dentre outras variáveis, com atualizações duas a quatro vezes ao dia, de acordo com cada simulação. Na seção de mapas, é possível consultar ainda o nosso modelo WRF de altíssima resolução da MetSul.

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