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PREFEITURA DE GRAVATAÍ/DIVULGAÇÃO

É cada vez mais preocupante o risco de faltar água na Grande Porto Alegre em consequência da estiagem que já deixa 45 municípios em situação de emergência no Rio Grande do Sul, número que vem crescendo rapidamente nos últimos dias. O quadro é mais preocupante em cidades da região metropolitana, uma vez que em Porto Alegre as autoridades não consideram o risco de racionamento.

Na Capital, as zonas Sul e Leste vêm sofrendo com interrupções desde o Natal, em razão da baixa no nível do lago Guaíba. O problema afeta, principalmente, os moradores que recebem a água captada na região do bairro Belém Novo. Conforme a direção do vento, o nível oscila e se torna mais difícil a captação para bairros mais ao Sul e Leste da cidade.

Já na região metropolitana, o problema se concentra, principalmente, nas bacias dos rios dos Sinos e Gravataí. No município de Gravataí, por exemplo, a condição já é considerada crítica. O nível da água junto à estação de tratamento é de 30 centímetros, sendo que o alerta é dado na marca de 50 centímetros.

Para a prefeitura, cerca de 150 mil pessoas correm o risco de ficar sem água a curto prazo. A prefeitura da cidade aponta a abertura da barragem do Incra, localizada em Viamão, como uma possível solução emergencial para a crise.

“Se persistir a seca, teremos de utilizar alternativas de compra de água como plano de contingência, que é a aquisição de água de alguns açudes particulares, que não devem se manter por muito tempo”, explicou ao Correio do Povo o gerente da Corsan em Gravataí, Ramos Volnei Modinger.

Preocupado com o risco de desabastecimento de água na cidade de Gravataí, que afetaria, inicialmente, 40 mil economias ou em torno de 150 mil pessoas, o prefeito Luiz Zaffalon comunicou o diretor de operações e a superintendente de relações institucionais da Corsan, Milton Cordeiro e Samanta Takimi, sobre a necessidade de ações urgentes. Segundo monitoramento junto à Estação de Tratamento de Água (ETA), o nível do Rio Gravataí era de 0,30 metro. Com o nível abaixo de 0,50 metro, a condição é considerada “crítica” pelas autoridades.

PREFEITURA DE GRAVATAÍ/DIVULGAÇÃO

A foto (acima) do gerente da Corsan em Gravataí, Ramos Volnei Modinger, com água pela cintura, próximo da Rua Porto Alegre, no Bairro Mato Alto, mostra a gravidade do quadro. “Se persistir a seca, teremos de utilizar alternativas de compra de água como plano de contingência, que é a aquisição de água de alguns açudes particulares, que não devem se manter por muito tempo”, reforça Ramos.

Viamão e Alvorada, que também são abastecidas pelo rio Gravataí, têm panorama mais favorável. As administrações dos municípios ressaltam que o contato com a Corsan, empresa responsável pelo tratamento de água na região, é permanente. No entanto, até o momento, não foi identificada a necessidade de racionar o uso de água – e, tampouco, o risco de desabastecimento à população.

No Vale do Sinos, situação pior que na estiagem de 2022 Em Novo Hamburgo e São Leopoldo, cidades banhadas pelo rio dos Sinos, as condições são melhores desde a chuva que caiu sobre a região na quarta-feira. Ainda assim, em razão da previsão de aumento do consumo de água no verão, as autarquias municipais responsáveis pelo tratamento e distribuição de água orientam a população sobre a necessidade do uso racional de recursos até o fim do período de estiagem.

O alerta veio no início da semana, quando parte dos moradores de Novo Hamburgo ficou com as torneiras secas em razão do aumento do acúmulo de resíduos no leito do rio. Por outro lado, em Campo Bom e Canoas, a situação é considerada tranquila.

Em 2022, a estação do Paquetá marcava 57 cm de profundidade nesta época do ano, ou 10 cm a mais do que o registrado em 2023. “A Corsan informou que esses números não significam um alerta e nem uma preocupação. Estamos monitorando constantemente o nível do Rio do Sinos. Caso seja necessário, comunicaremos a população”, explica o diretor da Defesa Civil de Canoas, Daniel Sousa.

A situação só tende a piorar no curto prazo na Grande Porto Alegre, avalia a MetSul. Até quarta-feira da semana que vem os dias serão de sol e nuvens esparsas, sem previsão de chuva. A partir de quinta e sexta da semana que vem começa um período com maior disponibilidade de umidade na atmosfera que favorecerá pancadas e temporais isolados, especialmente da tarde para a noite, de acordo com o prognóstico da MetSul.