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Incêndios em vegetação devastadores deixam elevado número de mortos em Valparaíso e em Viña del Mar. Chile enfrenta onda de calor e fortes ventos que espalham o fogo. | JAVIER TORRES/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Chile enfrenta uma catástrofe por incêndios em vegetação fora de controle que ocorrem sob uma forte onda de calor e são alimentados pelo vento que sopra forte. A situação era dramática neste sábado nas áreas de Viña del Mar e Valparaíso com o fogo que avançava sobre áreas residenciais, industriais e e comerciais.

Em pronunciamento à nação no começo da noite deste sábado, o presidente do Chile, Gabriel Boric, confirmou que 46 pessoas morreram devido aos incêndios florestais que devastam áreas povoadas de Viña del Mar e da região turística de Valparaíso, no centro do país.

“Foram registrados 40 mortos durante o incêndio e outros seis devido a queimaduras”, informou Boric em Santiago, após sobrevoar de helicóptero a região afetada, com focos entre 80 e 120 quilômetros a Noroeste da capital Santiago. Meios de imprensa noticiam que os desaparecidos são centenas.

Os incêndios florestais aumentaram hoje em setores de Viña del Mar, região central chilena de Valparaíso, transformados em inferno pelas chamas que devoram os morros e deixam dezenas de mortos, áreas evacuadas e um enorme rastro de destruição.

Densa nuvem de fumo cobre a zona turística. As autoridades declararam um toque de recolher obrigatório noturno e emitiram novos alertas de evacuação, embora o número exato de pessoas que tiveram de abandonar as suas casas ainda seja desconhecido.

“O toque de recolher visa reduzir a pressão sobre o abastecimento, a prioridade é fornecer combustível aos meios de emergência”, com o apoio do Exército chileno, explicou o subsecretário do Ministério do Interior, Manuel Monsalve.

Caminhando em meio à fumaça, milhares de pessoas voltaram na manhã de sábado para suas casas destruídas pelos “incêndios sem precedentes” que mantêm Viña del Mar, Valparaíso e outras regiões do Centro e do Sul do Chile em situação de emergência.

“Isso foi um inferno, explosões. Tentei ajudar o vizinho a desligar o carro, minha casa estava começando a pegar fogo por trás. Foi uma chuva de cinzas”, disse à AFP Rodrigo Pulgar, motorista que perdeu sua casa em El Olivar. .um dos setores mais devastados pelas chamas.

JAVIER TORRES/AFP/METSUL METEOROLOGIA

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O presidente Gabriel Boric sobrevoou a área afetada. “Estaremos lá como governo para ajudá-los a se levantar”, indicou simplesmente após esta atividade. Apoiados por helicópteros e aviões, bombeiros e voluntários combatem as chamas nas colinas de vários pontos do país.

Até o meio-dia de sábado, foram registrados 92 incêndios, 40 deles já controlados, enquanto as brigadas lutavam contra 29 focos, os mais graves em Valparaíso e Viña del Mar. Os incêndios consumiram cerca de 43 mil hectares no país.

As áreas mais afetadas ficam perto das praias do Pacífico, 80 e 120 km a Noroeste de Santiago, onde operam empresas vinícolas, agrícolas e madeireiras. A região recebe nesta época do ano um grande número de turistas. Os fortes ventos levam as chamas para fábricas e estabelecimentos comerciais. A fumaça preta cobre o céu ao longo de várias ruas em meio a explosões que se sucedem, para desamparo dos bombeiros, segundo uma equipe da AFP.

JAVIER TORRES/AFP/METSUL METEOROLOGIA

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Em consequência da emergência, o presidente do Chile, Gabriel Boric, decretou na sexta-feira o estado de emergência devido à catástrofe, para ter “todos os recursos necessários” para apagar as chamas. Em dezembro de 2022, a mesma região de Valparaíso sofreu fortes incêndios florestais, geralmente intencionais, e depois ocorreram duas mortes, segundo relatórios oficiais.

A prefeita de Viña del Mar, Macarena Ripamonti, ficou surpresa com a magnitude dos incêndios. “Estamos diante de uma catástrofe sem precedentes, uma situação desta magnitude não tinha acontecido na região de Valparaíso, há mais de cinco focos enormes simultâneos e o setor mais afetado é mais uma vez Viña del Mar”, observou.

As estradas para estas praias do Pacífico foram fechadas na sexta-feira depois do meio-dia, e vários focos de incêndio expandiram-se muito rapidamente, queimando áreas povoadas, onde as rotas alternativas de milhares de pessoas que tentavam evacuar ruíram.

Segundo relatório da Corporação Nacional Florestal (Conaf), o maior incêndio florestal está na Reserva Lago Peñuelas, próximo a a principal rodovia para a área, que queimou mais de 8.000 hectares. O segundo maior incêndio ocorre em La Aguada, comuna de La Estrella, região de O’Higgins, no centro do país, que destruiu 4.084 hectares.

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