Parece notícia de duas semanas atrás, mas, infelizmente, é nova. O furacão Iota atinge agora a América Central e está projetado para tocar terra na Nicarágua no final do dia de hoje com categoria 5, o máximo da escala. 

É o furacão mais intenso do ano no Atlântico e em pleno novembro, muito após o auge da temporada de furacões entre agosto e o início de outubro. Se não bastasse ser um furacão monstro com vento acima de 250 km/h, rajadas de até 300 km/h e elevação da maré em muitos metros, Iota atinge exatamente a mesma região que duas semanas atrás foi arrasada pelo furacão categoria 4 Eta. 

Será um desastre de enormes proporções dentro de outro que deixou centenas de mortos e desaparecidos (veja). Os efeitos de Iota serão catastróficos. A localidade costeira nicaragüense de Puerto Cabezas praticamente destruída na tempestade Eta terá agora o que sobrou transformado em ruínas. 

A chuva de Iota deve ser de centenas de milímetros e atingirá diversas regiões ainda sob  as enchentes e deslizamentos de terra de Eta, o que pode provocar mais uma vez um saldo trágico de mortos. 

Iota é o 30º ciclone nomeado no Atlântico Norte em 2020, superando o recorde de 2005 de 28. Já são quatro furacões intensos (categoria 3 ou superior) formados em outubro e novembro. Antes de 2020, o máximo era de dois. Só dois furacões categoria 5 tocaram terra na Nicarágua até agora, Edith (1971) e Felix (2007). Iota é ainda o primeiro furacão categoria 5 nomeado pelo alfabeto grego. Desde 1932 não se registrava um furacão categoria 5 tão tardiamente. O único antes era o de Cuba de 1932.