Brutal onda de calor assola o Noroeste do Pacífico, dos Estados Unidos, e o Oeste do Canadá com múltiplos recordes históricos de temperatura e massivos incêndios florestais na província canadense de Alberta. A quantidade de fumaça é tão grande que se espalha pela América do Norte de costa a costa.
De acordo com dados da Environmental Canada, na segunda-feira a temperatura em Banff foi a 27,4ºC, recorde para maio desde o começo das medições em 1887. O recorde anterior era de 26,7ºC em 1924. Na também cidade turística de Jasper, a máxima atingiu 30,8ºC. O recorde anterior era de 28,9ºC em 1973. A cidade tem medições desde 1916. Na Colúmbia Britânica, a temperatura chegou a 36,5ºC em Lytton, um recorde.
Com as temperaturas subindo e poucas chances de chuva, a província de Alberta, no Canadá, enfrenta uma grave piora dos incêndios florestais que perduram por mais de uma semana e obrigaram milhares de pessoas a fugir.
“Continuamos a ver condições quentes e secas hoje, com poucas chances de chuva na maior parte de Alberta”, disse Josee St-Onge, da agência de incêndios florestais da província ocidental. Ela disse que o “perigo de incêndio é extremo” com rajadas de vento e o calor.
Mais de meio milhão de hectares já queimaram em Alberta, onde ainda existem quase cem incêndios ativos. “Nosso período de pico de queima, que é quando as temperaturas estão mais altas ainda está à nossa frente”, disse. Além das centenas de reforços que chegaram de todo o Canadá para ajudar a combater os incêndios, inclusive do exército, 200 pessoas de estados próximos dos Estados Unidos se juntaram, de acordo com St-Onge.
Novas ordens de evacuação foram emitidas no fim de semana, disse o chefe do Gerenciamento de Emergências de Alberta, Colin Blair, elevando o número total de evacuados para mais de 19.000. “A situação dos incêndios florestais é extremamente volátil”, alertou Blair.
“Para aqueles que estão em uma comunidade em alerta de evacuação, não posso enfatizar o suficiente a necessidade de os residentes estarem preparados caso haja uma necessidade urgente de evacuar”.
This morning's view of the large smoke plume produced by the wildfires in Western Canada.
From east to west, this plume nearly stretches across the entire North American continent! pic.twitter.com/4fJHTuhMVJ
— CIRA (@CIRA_CSU) May 16, 2023
Western Canada is burning. Again. pic.twitter.com/pa2V07LXla
— Nahel Belgherze (@WxNB_) May 16, 2023
Uma enorme coluna de fumaça dos incêndios em Alberta se estende por milhares de quilômetros na América do Norte, de costa a costa, atingindos os Estados Unidos e o Canadá. A fumaça em grande altitude deixa o pôr do sol mais alaranjado e avermelhado em muitas cidades.
Smoke from numerous fires in Alberta will stream down aloft starting Tuesday. Effects:
🔥Milky daytime skies
🔥 Colorful sunrise/sunsetsAfter a late week front, there could also be a period of near surface smoke. You can monitor air quality at https://t.co/MdYKCWi6C3. pic.twitter.com/q94pQTfAf4
— NWS Sioux Falls (@NWSSiouxFalls) May 15, 2023
Um alerta de qualidade do ar foi estendido para a cidade de Calgary, já que a fumaça dos incêndios florestais que queimam no Oeste do Canadá desceu sobre partes do Sul de Alberta, substituindo o céu azul por uma coloração laranja. O governo emitiu uma declaração especial sobre a qualidade do ar que estava em nível muito ruim.
Can you spot the sun? No filter, this is just what the sky in Calgary looks like today. #ABFires pic.twitter.com/5huHMfAlWJ
— Allison (She/Her) 🐀 (@FireflyAllie) May 16, 2023
“A qualidade do ar é tão ruim que mesmo aqueles sem problemas de saúde pré-existentes podem apresentar sintomas como dificuldade para respirar, especialmente se você estiver fazendo atividades extenuantes ao ar livre”, disse Sara Hoffman, meteorologista do Environment Canada.
Nos últimos anos, o Oeste do Canadá foi repetidamente atingido por condições climáticas extremas, cuja intensidade e frequência aumentaram devido ao aquecimento global. Incêndios florestais na região em 2016 interromperam a produção de petróleo e forçaram a saída de 100 mil residentes de Fort McMurray, prejudicando a economia do país.
Em 2021, a Colúmbia Britânica sofreu temperaturas recordes durante o verão que mataram mais de 500 pessoas, bem como incêndios florestais que destruíram uma cidade inteira. Isso foi seguido por inundações e deslizamentos de terra devastadores.