Várias províncias da Argentina foram colocadas em alerta vermelho pelo calor extremo em aviso do Serviço Meteorológico Nacional (SMN) que advertiu para condições “muito perigosas” para a saúde em consequência da onda de calor extremo que ontem já trouxe quase 45ºC no país e marcas históricas de temperatura.

O SMN emitiu alerta vermelho para La Pampa, Mendoza, San Luis, as serras de Córdoba, San Juan, Catamarca, La Rioja e Neuquén. Há alerta laranja para o Oeste da província de Buenos Aires, Oeste de Entre Ríos, o Sul de La Pampa e Tucumán.

Os meteorologistas argentinos enfatizam em seus alertas o risco do calor extremo principalmente para grupos de risco e as pessoas vulneráveis como idosos, crianças, e pessoas com enfermidades crônicas.

Ontem (11), o abastecimento de energia de cerca de 700.000 usuários foi interrompido na região metropolitana de Buenos Aires devido a falhas técnicas descritas como “massivas” no sistema elétrico. Moradias, lojas, indústrias e escritórios administrativos foram afetados por interrupções “em linhas de alta tensão” e “em máquinas da Central Puerto (geração de energia)”, destacou um informe a Entidade Reguladora de Eletricidade (ENRE).

“Estas falhas produziram um corte de aproximadamente 1.800 MW. Estima-se que cerca de 700.000 usuários e usuárias estão afetados pelo evento”, informou o ENRE em seu boletim da tarde. O número de clientes atingidos equivale a quase três milhões de pessoas. A empresa de energia Edenor culpou incêndio em residência que atingiu linha de alta tensão para explicar o apagão, mas a entidade reguladora afirmou que a origem foi a demanda recorde de energia pelo calor.

Na região metropolitana de Buenos Aires vivem ou trabalham cerca de 15 milhões de pessoas em um país de 45 milhões de habitantes. As duas empresas concessionárias do serviço elétrico em Buenos Aires e seus conglomerados urbanos vizinhos reportaram falhas técnicas. A normalização do abastecimento de energia foi gradativa na região.  O pico da demanda de luz foi registrado às 13h com 9.800 MW.

A cidade de Buenos Aires registrou ontem a segunda mais alta temperatura da sua história com 41,1ºC no Observatório Central de Villa Ortúzar. Foi a primeira vez desde 1995 em que os termômetros marcaram oficialmente mais de 40ºC na capital argentina e a temperatura mais elevada na cidade desde janeiro de 1957, quando fez 43,3ºC, o único registro de máxima superior ao de ontem em toda a série histórica de temperatura iniciada em 1905. O calor recorde e o colapso nos serviços pela alta temperatura estampa as capas dos jornais desta quarta-feira (12) de Buenos Aires.

A temperatura na Argentina ontem chegou a quase 45ºC à sombra em estação meteorológica. O Serviço Meteorologico Nacional informou que a temperatura máxima durante a terça-feira (11) atingiu 44,9ºC em San Juan, 43,2ºC em Santiago del Estero, 43,1ºC em La Rioja, 43,0ºC em Rivadavia, 42,5ºC em Córdoba, 42,3ºC em Chamical, 41,6ºC em Catamarca, 41,4ºC em Villa Reynolds, 41,1ºC em Buenos Aires e Punta Indio, 41,0ºC em Villa Maria del Rio Seco e Pilar, 40,6ºC em Ezeiza, 40,5ºC em Tartagal, Las Flores, Trenque Lauquen e San Luis, 40,4ºC em Junin, 40,3ºC em Villa Dolores, 40,2ºC em San Fernando, e 40,0ºC em Ceres, Rio Cuarto, Parana, e Las Lomitas.

Na segunda (10), as máximas atingiram 42,8ºC em San Antonio Oeste, 42,5ºC em Rivadavia, 42,0ºC em Bahia Blanca, 41,7ºC em Santiago del Estero, 41,5ºC em La Rioja e Catamarca, 41,0ºC em Chamical, 40,8ºC em Viedma, 40,7ºC em Tres Arroyos, e 40,0ºC em San Juan, Las Lomitas e Tartagal. Tres Arroyos, com 40,7ºC, bateu o recorde de janeiro que era de 40,5ºC em 18/1/2014. Coronel Pringles teve 39,6ºC, recorde para janeiro que superou os 39,3ºC de 18/1/2014. No domingo (9), as máximas na Argentina acima de 40ºC foram de 42,0ºC em Rivadavia e Las Lomitas, 40,9ºC em Santiago del Estero, 40,2ºC em La Rioja e 40,0ºC em San Juan.