Distrito Federal teve hoje o segundo dia seguido com a tarde mais quente do ano em que a máxima chegou a 35ºC com umidade de apenas 10% | RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

Uma grande massa de ar seco e quente cobre o Brasil Central e traz calor muito intenso e ainda umidade relativa do ar em valores desérticos. Com o tempo extremamente seco, o risco de fogo é extremo no Cerrado. Hoje, pelo segundo dia seguido, o Distrito Federal teve a tarde mais quente do ano com máxima de 35,0ºC no Gama, onde a umidade do ar baixou a apenas 10%. Em Brasília, os termômetros indicaram máxima de 33,5ºC durante a tarde com só 12%.

Em outros pontos do Centro-Oeste, a temperatura chegou a 40,3ºC em São José do Rio Claro (MT), 39,2ºC em Goiás (GO), 38,6ºC em Paranã (TO), Peixe (TO), Formosa do Rio Preto (BA) e em Ituiutaba (MG). Já a umidade do ar desceu a 7% em Butirama (BA), 8% em Montes Claros (MG), Nova Porteirinha (MG) e São Romão (MG), 9% em Ibotirama (BA) e 10% em muitos municípios, incluindo Goiânia.

O calor extremo e o ar excepcionalmente seco do Centro-Oeste, às vezes, avança nesta época do ano para o Sul do Brasil, transportada por correntes de vento de Norte. É o que fez, por exemplo, a temperatura em Campo Bom, na Grande Porto Alegre, ter atingido 38ºC em pleno 7 de setembro em 2004.

Então, será que o calorão do Centro do Brasil vai nos alcançar aqui no Sul do Brasil? A resposta, felizmente para quem detesta temperatura alta e infelizmente para quem está torcendo por dias de calor, é que o ar quente não vai descer para áreas mais ao Sul do país que seguirão com dias muito amenos e até com frio.

O frio persiste durante a noite em parte do Rio Grande do Sul com mínimas muito baixas para a metade de setembro. A temperatura tem caído mais à noite na Metade Oeste, onde o tempo tem estado mais aberto e a atmosfera seca enquanto na Metade Leste gaúcha a maior presença de nebulosidade com maior umidade frustra maior resfriamento.

Hoje, por exemplo, a maioria dos municípios da Metade Leste registrou mínimas acima de 10ºC enquanto na Metade Oeste mínimas de um dígito (abaixo de 10ºC) foram generalizadas. Isso fez com que cidades de baixa altitude do Oeste tivessem mínimas muito menores que os municípios de maior altitude, situados na Serra e nos Aparados, no Nordeste gaúcho.

Estações oficiais registraram nesta terça mínimas de 3,2ºC em Quaraí, 4,7ºC em Uruguaiana, 5,0ºC em Cruz Alta, 5,9ºC em Alegrete, 6,9ºC em Santiago, 7,0ºC em Dom Pedrito, 7,1ºC em Santa Rosa, 7,2ºC em São Borja, 7,6ºC em São Vicente do Sul, e 7ºC em Tupanciretã e São Luiz Gonzaga.

Por outro lado, na Serra e Aparados, que normalmente registram as menores temperaturas, as mínimas hoje não baixaram na madrugada de 10,8ºC em São José dos Ausentes, 11,2ºC em Vacaria, 12,1ºC em Cambará do Sul, 12,3ºC em Canela e 13,2ºC em Bento Gonçalves.

Mapas do modelo europeu de anomalia de temperatura em 850 hPa (1500 metros) nos próximos quatro dias | METSUL

Com ingresso de ar mais frio no estado, a segunda metade da semana terá mínimas mais baixas em cidades serranas do Leste e do Nordeste gaúcho, mas uma vez que se formam nuvens na Metade Leste resfriamento noturno é frustrado. Mesmo assim, as noites serão mais frias na região de Porto Alegre e da Serra entre amanhã e sábado. O Oeste segue com tempo mais aberto que favorece o resfriamento no período noturno.

Os dados dos modelos meteorológicos seguem sem indicar temperatura elevada no Rio Grande do Sul no curto prazo. Após a passagem de uma frente fria no começo da semana que vem, nova massa de ar frio vai ingressar e trará uma sequência de dias amenos e com noites frias para a virada da estação na próxima semana. Modelos de mais longo prazo sinalizam chance de dias de calor ou no final do mês ou apenas no começo de outubro.