A situação da safra argentina é cada vez mais complicada. A chuva do final da última semana foi muito irregular e em muitas áreas da região mais afetada pela seca no Centro do país ou não choveu ou choveu muito pouco, não trazendo qualquer alívio para o quadro de crescente e grave déficit hídrico. O mapa ao lado, do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina mostra que a disponibilidade de umidade no solo é baixíssima em praticamente todo o território nacional, inclusive nas principais áreas produtoras de grãos da chamada região núcleo.

Não será surpresa se a Bolsa de Cereais revisar ainda mais para baixo as projeções para a safra de soja 2017/2018 no boletim desta quinta-feira após as precipitações irregulares registradas. Na última semana, a bolsa reduziu as estimativas da safra argentina de 51 para 50 milhões de toneladas e a MetSul Meteorologia reitera ser factível que o número final fique bem abaixo ante o acelerado ritmo de perdas pelo tempo seco persistente. O quadro é especialmente grave nas províncias de Buenos Aires, La Pampa, Santa Fé, Entre Rios e Corrientes que concentram a maior parte da produção nacional de milho e soja na Argentina.

A perspectiva de chuva segue muito ruim no restante deste mês para as áreas produtoras de soja da Argentina. A maioria dos modelos numéricos analisados pela MetSul aponta uma tendência de precipitações abaixo da média. Não deixará de chover, mas as precipitações serão irregulares na distribuição e com volumes incapazes de gerar uma alteração no quadro de crescente piora das lavouras.