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Junho de 2022 entra para a lista dos meses mais secos já observados na história da cidade de Buenos Aires | LUIS ROBAYO/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Junho termina sem registro de chuva mensurável na cidade de Buenos Aires. A precipitação no mês na capital argentina foi de 0,0 mm no junho mais seco de toda a série histórica de dados que se iniciou em 1908, conforme dados do Serviço Meteorológico Nacional da Argentina (SMN). A falta de chuva já causa alarme no campo argentino pelo impacto na safra de inverno, meses depois de o país ter sofrido graves perdas na safra de verão também por escassez de chuva.

Chegou a ocorrer precipitação no dia 23 no observatório central de Villa Ortúzar, na cidade de Buenos Aires, mas foi tão fraca que sequer acumulou 0,1 mm no pluviômetro, o que fez com que o dado de chuva do dia constasse como inapreciável ou traço. Assim, para a estatística, o mês termina com 0,0 mm na capital argentina.

Na climatologia anual da cidade de Buenos Aires, junho é o mês com menor média histórica de precipitação com 58,7 mm, sendo seguido por julho com 60,5 mm, agosto com 64,4 mm e o mês de setembro com 72,2 mm. Assim, os meses mais secos de Buenos Aires, historicamente, se dão no inverno. Já os mais chuvosos ocorrem nos meses mais quentes do ano com destaque para março, o mais chuvoso, com 140,1 mm, e janeiro, com 135,4 mm.

Junho de 2022 se junta a uma muito pequena lista de meses excepcionalmente secos e sem registro de precipitação na capital argentina, como julho de 1916, julho de 1919 e agosto de 1969. São, até hoje, 36 dias seguidos sem precipitação mensurável na capital argentina. Em 2017, junho anotou apenas 0,4 mm.

A chuva escassa afeta o campo na Argentina. As precipitações muito abaixo do normal em maio e junho atingem em cheio a safra de trigo. Há centenas de milhares de hectares pendentes de plantio devido à falta de umidade e chuva. A chuva vem ocorrendo nos extremos do país, como no Nordeste argentino (Misiones e Corrientes) e ainda na Patagônia, no Sul, com extremos de chuva e intensas nevascas,

A grande preocupação é com a falta de chuva no Centro argentino, em particular na província de Buenos Aires, principal produtora de trigo na Argentina. Em algumas áreas da província, de acordo com agrônomos locais, é a primeira vez em 14 anos que se não se consegue plantar trigo por falta de água. A camada superior do solo está muito seca, dificultando o plantio.

Os volumes de chuva na região de Buenos Aires devem ser baixos nos próximos dez dias, como é o normal nesta época do ano. A sequência de mais de um mês sem precipitação apreciável, entretanto, deve chegar ao fim. Isso porque a MetSul projeta chance de chuva no final da sexta e no começo do sábado na área da capital argentina.