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Jatos de água foram lançados em direção à torcida do River Plate para combater o calor antes da partida contra o Argentinos Juniors no estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, no domingo de calor histórico na capital argentina | ALEJANDRO PAGNI/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Buenos Aires enfrentou uma noite e madrugada como raramente experimentou em sua história. A temperatura permaneceu acima dos 30ºC durante quase todo o período noturno e apenas foi baixar da marca dos 30ºC no final da madrugada desta segunda.

Conforme dados da estação da estação de referência da capital argentina, em Villa Ortúzar, a temperatura às 21h do domingo era de 34,5ºC. À meia-noite, a estação indicava 32,9ºC. Já às três da manhã, o registro era de 31,0ºC. Às 4h, caiu para 30,6ºC. Já às 5h desta segunda-feira a leitura era de 30,2ºC. Apenas na medição das 6h a temperatura caiu abaixo dos 30ºC com registro de 29,4ºC.

Várias cidades da Argentina tiveram recordes de temperatura máxima para o mês de fevereiro no domingo. A lista inclui Dolores (40,3ºC), Ezeiza (39,6ºC), La Plata (39,5ºC), Punta Indio (39,2ºC), Tandil (38,1ºC), Pehuajo (40,6ºC), El Palomar (39,5ºC), Villa Gesel (39,5ºC) e Paraná (39,9ºC).

A estação oficial da cidade de Buenos Aires, situada no Observatório Central de Villa Ortúzar, teve no domingo a mais alta mínima (28,5ºC) e máxima mais elevada (38,1ºC) para fevereiro na série histórica (1961-2022), ou seja, nos últimos 60 anos nunca fez tanto calor em fevereiro como nas últimas horas na capital argentina. O recorde absoluto de máxima para o mês na cidade de Buenos Aires é de 38,7ºC em 1944.

A Argentina tem sofrido com uma incessante sequência de ondas de calor desde o final da primavera. A atual é oitava onda de calor em três meses. Na última década não se registaram mais do que quatro ou cinco episódios semelhantes por temporada, segundo o Serviço Meteorológico Nacional.

Considerando todos os trimestres de novembro a janeiro registrados pelo órgão oficial, o trimestre de 2022-2023 foi o mais quente desde 1961, com uma anomalia de +1,7ºC. “Uma única onda de calor cai dentro da faixa de variabilidade climática normal. Mas com a mudança climática, ondas mais persistentes e intensas são observadas em todos os continentes. E na Argentina também estão ocorrendo na Patagônia”, explicou o meteorologista Enzo Campetella.