Uma das imagens mais icônicas da história completa hoje meio século. Este dia 7 de dezembro de 2022 marca o aniversário de 50 anos da famosa fotografia Blue Marble, como é conhecida a imagem. Os astronautas da espaçonave Apollo 17 da NASA, a última missão tripulada à lua, tiraram uma fotografia da Terra e mudaram para sempre a maneira como visualizamos nosso planeta.
As @NASA_Orion continues its journey home, we're also celebrating the 50th anniversary of the iconic "Blue Marble" photo of Earth, taken on Dec. 7, 1972 by the crew of Apollo 17.
Get the full-size image: https://t.co/zJMWNl0i63 pic.twitter.com/6ROo8JPDLm
— NASA (@NASA) December 7, 2022
Feita com uma câmera de filme Hasselblad, a Blue Marble foi a primeira fotografia tirada de toda a volta da Terra e acredita-se ser a imagem mais reproduzida de todos os tempos. Até então, a visão de nós mesmos era desconectada e fragmentada: não havia como visualizar o planeta em sua totalidade.
A tripulação da Apollo 17 estava a caminho da lua quando a fotografia foi capturada a 29.000 quilômetros da Terra. Rapidamente se tornou um símbolo de harmonia e unidade.
As missões Apollo anteriores haviam tirado fotos da Terra em sombra parcial. Earthrise, por exemplo, mostra uma Terra parcial, erguendo-se da superfície da lua. Em Blue Marble, ao contrário, a Terra aparece no centro do quadro, flutuando no espaço. É possível ver claramente o continente africano, bem como a calota polar sul da Antártica.
Fotografias como Blue Marble são muito difíceis de capturar. Para ver a Terra como um globo inteiro flutuando no espaço, a iluminação precisa ser calculada com cuidado. O sol precisa estar diretamente atrás do fotógrafo. O astronauta Scott Kelly observa que isso pode ser difícil de planejar ao orbitar em altas velocidades.
Produzida em um contexto cultural e político mais amplo da “corrida espacial entre os Estados Unidos e a União Soviética na Guerra Fria, a fotografia revelou uma visão inesperadamente neutra da Terra sem fronteiras. Como na música Imagine de John Lennon, “imagine não haver fronteiras”.
“The Blue Marble,” one of the most reproduced and influential images in history, was taken #50YearsAgo today by the #Apollo17 crew on their way to the Moon. #Apollo50th #photography pic.twitter.com/85C4l0US7c
— NASA History Office (@NASAhistory) December 7, 2022
De acordo com o geógrafo Denis Cosgrove, a Blue Marble interrompeu as convenções ocidentais de mapeamento e cartografia. Ao remover a retícula, a grade de meridianos e paralelos que os humanos colocam sobre o globo, a imagem representava uma Terra livre de práticas de mapeamento que existiam há centenas de anos.
The awe-inspiring "Blue Marble" photo was taken 50 years ago today, yet each time I see it, it serves as a fresh reminder of our planet's beauty and fragility. This is humanity's only home, and we must do our best to protect it. pic.twitter.com/nF8Y5QkVLZ
— Al Gore (@algore) December 7, 2022
A fotografia também deu à África uma posição central na representação do mundo, onde a prática de mapeamento eurocêntrico tendia a reduzir a escala da África.
A imagem rapidamente se tornou um símbolo de harmonia e unidade. Em vez de oferecer provas da supremacia dos Estados Unidos, que liderava a missão especial para a lua, a histórica fotografia promoveu uma sensação de interconexão global e de que todos habitamos a mesma casa.