Onda de calor castiga o Rio Grande do Sul e ainda vai durar alguns dias | ALEX ROCHA/PMPA

O Rio Grande do Sul teve ontem o segundo dia seguido com máximas acima de 40ºC em medições oficiais e hoje enfrenta uma nova jornada tórrida de marcas perto ou ao redor dos 40ºC em algumas regiões, o que leva muita gente a perguntar: até quando vai esse calorão?

O Rio Grande do Sul soma cinco dias neste mês, até o dia 25, com máximas acima dos 40ºC em estações do Instituto Nacional de Meteorologia. O número deve aumentar com o calor muito intenso ainda esperado até o final desta semana.

Os dias de maior calor no estado até agora no mês foram o 1º/1 com 40,9ºC em Quaraí; 17/1 com 40,4ºC em Quaraí, 20/1 com 40,5ºC em Quaraí e 40,1ºC em Uruguaiana; 24/1 com 40,7ºC em Uruguaiana e 40,3ºC em Quaraí; e ontem com 40,5ºC em Quaraí.

De acordo com dados de estações oficiais, as máximas de ontem foram de 40,5ºC em Quaraí, 39,7ºC em Uruguaiana, 39,5ºC em Alegrete, 39,4ºC em São Gabriel, 39,3ºC em São Borja, 38,9ºC em São Luiz Gonzaga, 37,8ºC em Santiago, 37,5ºC em Livramento, 37,4ºC em Santa Rosa e Teutônia, e 37,0ºC em Tupanciretã.

Na Grande Porto Alegre, a máxima oficial foi de 37,1ºC em Campo Bom. Porto Alegre teve 36,8ºC no Jardim Botânico. Estações particulares na região registraram 37,8ºC em Parobé, 37,3ºC em Novo Hamburgo e  36,5ºC em São Leopoldo.

Nos primeiros 25 dias do mês, a estação convencional de Porto Alegre no bairro Jardim Botânico registrou seis dias com máximas ou igual ou acima de 35ºC. Foram os dias 1/1 (36,6ºC), 12/1 (36,7ºC), 21/1 (36,5ºC), 23/1 (35,5ºC), 24/1 (35,0ºC) e 25/1 (36,8ºC). Em apenas quatro dias a máxima não bateu em 30ºC e a menor máxima do mês até agora foi a do dia 15/1 com 26,7ºC.

O calor neste mês tem sido muito mais implacável no Oeste que no Leste do Rio Grande do Sul. Em Quaraí, por exemplo, os primeiros 25 dias do mês tiveram nada menos que 19 dias em que as máximas superaram 35ºC, mais que o triplo do observado em Porto Alegre, e destes cinco tiveram máximas acima de 40ºC, o que não se registrou na capital gaúcha.

Como esta onda de calor se compara com a de 2022

A onda de calor atual é forte, mas sequer pode ser comparada à registrada em janeiro de 2022. O episódio de calor extremo do ano passado nesta época do ano foi extraordinário tanto pela intensidade como pela duração, não encontrando paralelo em toda a série histórica de dados do Rio Grande do Sul que tem 110 anos. Foi uma poderosa bolha de calor que se instalou sobre o território gaúcho durante 15 dias, produzindo calor excepcional.

Na rede do Instituto Nacional de Meteorologia foram 13 dias consecutivos em que as máximas bateram em 40ºC no Rio Grande do Sul em janeiro de 2022. Fez 41,5ºC em Quaraí no dia 12; 41,7ºC (recorde absoluto de 110 anos) em Bagé no dia 13; 40,8ºC em Bagé no dia 14; 40,6ºC em Uruguaiana no dia 15; 41,8ºC em Uruguaiana dia 16; 40,2ºC no dia 17 em Teutônia; 41,1ºC em Santa Rosa em 18 de janeiro; 41,5ºC em São Luiz Gonzaga no dia 19; 42,1ºC em Uruguaiana no dia 20; 41,8ºC dia 21 em Uruguaiana; 41,6ºC dia 22 em Uruguaiana; 42,1ºC dia 23 em São Luiz Gonzaga; 41,2ºC dia 24 em São Luiz Gonzaga; 39,6ºC dia 25 em São Luiz Gonzaga; e 39,5ºC dia 26 em Campo Bom.

Já estações automáticas particulares e de outros órgãos apontara marcas de 42,3ºC em Santa Rosa no dia 25 de janeiro e de 40,7ºC em Parobé no dia 26 de janeiro, quando a rede oficial não apontou máximas superiores a 40ºC. Com isso, o Rio Grande do Sul completou 15 dias seguidos em que as temperaturas máximas no território gaúcho ultrapassaram a marca dos 40ºC, o que não tem precedentes desde o começo das medições meteorológicas regulares no Estado em 1909.

No dia 27 de fevereiro de 2022, o Rio Grande do Sul registrou a maior máxima de sua história com 42,9ºC na estação do Instituto Nacional de Meteorologia em Uruguaiana. A marca passou a ser o novo recorde oficial absoluto de temperatura máxima no Rio Grande do Sul, superando os recordes anteriores de 42,6ºC em Alegrete em 19/1/1917 e em Jaguarão em 1º de janeiro de 1943. Tratou-se também do novo recorde oficial de calor para fevereiro no Rio Grande do Sul. E, ainda, recorde absoluto de máxima para fevereiro e qualquer mês do ano em Uruguaiana, batendo as marcas de 42,2ºC de1986 e 42,0ºC de 1943.

Quando acaba essa onda de calor?

O calor vai piorar antes de ceder em parte do Rio Grande do Sul. Segue muito quente no estado até sábado, mas em diferentes áreas do interior, embora ainda o intenso calor, pancadas de chuva podem devem evitar máximas mais extremas. O Oeste gaúcho, por exemplo, com mais nuvens e instabilidade não terá as marcas muitíssimo altas dos últimos dois dias e começa o fim do período de marcas extremas deste episódio quente.

Em outras regiões, porém, o calor muito intenso ainda vai seguir. Nesta sexta-feira, a onda de calor atinge o seu pico de intensidade em parte do Rio Grande do Sul. O calor será especialmente intenso em cidades situadas no Nordeste gaúcho, como nos vales, na Grande Porto Alegre, Serra e Litoral Norte. Localidades da região metropolitana vão ter máximas de 37ºC a 39ºC e alguns dados indicam a possibilidade de registros em tornos dos 40ºC.

No fim de semana, frente fria de fraca intensidade deve influenciar o tempo e estimular aumento de nuvens e instabilidade sobre o Rio Grande do Sul com redução das máximas na maioria das cidades, mas faz muito calor ainda. O sábado ainda terá máximas bastante elevadas em parte do estado, porém no domingo o calor cede na maioria das localidades e as máximas devem ser muito mais agradáveis.

Como a frente é fraca, a temperatura volta a subir no começo da semana, porém sem os extremos de agora. Máximas de 30ºC a 32ºC, normais para esta época do ano, vão ocorrer na maior parte dos municípios gaúchos.

Os dados indicam um segundo momento de alívio do calor. Desta vez por uma frente fria de maior intensidade. Na metade da próxima semana, entre quarta e quinta, este sistema frontal deve avançar pelo Rio Grande do Sul com aumento de nuvens e chuva, além de uma queda relevante da temperatura.

O ar mais ameno que vai se seguir à frente fria deve proporcionar uma sequência de dias com marcas muito mais agradáveis e abaixo da média histórica desta época do ano em um grande número de municípios do estado a partir da segunda metade da semana que vem. O ar mais ameno virá ainda com instabilidade e precipitação que deve proporcionar alívio na estiagem em parte do Rio Grande do Sul.