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Uma nota de jornal do ano de 1912 tem aparecido com freqüência em publicações sobre clima na internet. Ela é de um jornal neozelandês e descreve como a queima de carvão aumenta anualmente os níveis de dióxido de carbono na atmosfera, aquecendo a Terra.

“O efeito pode ser considerável em alguns séculos”. Na prática, a nota de 106 anos atrás sintetiza com perfeição a maciça teoria científica climática de 2018 sobre o aquecimento do planeta. Foi realmente possível prever isso em 1912 sem modelos de computadores e numa época em que o planeta ainda não tinha começado sua escalada de temperatura?

A nota é real! No chamado “fact-check” descobre-se que está publicada em jornal que se encontra nos arquivos nacionais da Nova Zelândia. Mais, nota no mesmo teor tinha sido publicada um mês antes, em 17 de julho de 2012, por jornal australiano. A origem da informação publicada pelos jornais da Oceania está alguns meses mais cedo, na edição de março de 1912 da revista Popular Mechanics que trouxe artigo intitulado “O clima notável de 2011 – o efeito da combustão de carvão no clima e o que cientistas prevêem para o futuro”.

A primeira pessoa a usar a famosa expressão “gases do efeito estufa” foi um cientista sueco chamado Svante Arrhenius em trabalho de 1896. Apesar de não dizer na publicação que o planeta aqueceria pela atividade humana, em trabalhos posteriores defendeu a tese. Hoje a concentração de CO2 na atmosfera é de 407 partes por milhão (PPM). Em 1912 era 301 ppm e dez anos atrás, em 2008, era de 386.