Um episódio do fenômeno El Niño pode ser declarado nas próximas semanas devido ao aquecimento das águas do Oceano Pacífico Equatorial. A última vez que um evento de El Niño se iniciou foi em 2015. Tratou-se de um super episódio, um dos mais fortes em décadas. O Rio Grande do Sul enfrentou meses chuva muito acima da normal com grandes e históricas enchentes.

O retorno do “menino” não significa um replay. Nenhum El Niño é igual ao outro e os seus efeitos diferem. Os mapas mostram as anomalias de temperatura da superfície do mar em agosto em 2015 e agora em 2018.

Atente para a enorme diferença no Pacífico Equatorial que estava por demais quente três anos atrás, o que não se vê agora. Outra diferença é que o aquecimento em 2015 começou bem antes que agora e foi acentuadíssimo. Já em julho de 2015, Porto Alegre teve a maior cheia do Guaíba desde 1984. A cheia que se seguiu em outubro acabou sendo a maior desde a de 1967, a pior pós-1941.

Esse Niño de 2018, se confirmado, será um dos de início mais tardio das últimas décadas e ainda pode não se apresentar no seu formato clássico e sim no chamado “Modoki” em que o aquecimento concentra-se mais no Pacífico Central, o que não necessariamente implica em excesso de chuva aqui no Sul do Brasil. A grande seca do verão de 2005, por exemplo, ocorreu sob um El Niño Modoki.